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Números distorcidos são evitados pela 1ª vez
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ontem no debate da Rede
Globo os candidatos à Prefeitura de São Paulo pouparam os
eleitores da maioria das distorções de números e informações
apresentados nos outros cinco
debates realizados por emissoras de TV, e abordaram assuntos até então pouco discutidos
na campanha eleitoral.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM), por exemplo, não repetiu a conduta de chamar os estudantes universitários que
atuam nas escolas de ensino
fundamental da rede pública de
"segundo professor", e qualificou-os como "assistentes" no
decorrer do debate de ontem.
Já Marta Suplicy (PT) não
apresentou números inflados
ao falar sobre o tema corredores de ônibus, a exemplo do que
ocorreu nos outros eventos das
emissoras de TV.
No segundo bloco do debate,
reservado para a realização de
perguntas sorteadas ao vivo, o
tema dos camelôs veio à tona.
Kassab disse que pretende
enfrentar o problema dos ambulantes ilegais criando "shopping populares" -centros de
comércio para os camelôs. Porém, a medida foi tentada pela
atual administração e surtiu
poucos efeitos.
Ao falar sobre o assunto,
Marta lembrou o caso de julho
deste ano em que um grupo de
funcionários da subprefeitura
da Mooca foi acusado de cobrar
propina de ambulantes ilegais
na região do largo da Concórdia, no centro da cidade. O problema da atuação dos camelôs
no comércio de produtos falsificados ou ilegais, porém, também não foi resolvido durante a
gestão da prefeita petista.
Os conflitos violentos entre
ambulantes, de um lado, e
Guarda Civil Metropolitana e
Polícia Militar, de outro, ocorreram nos mandatos dos dois
concorrentes à prefeitura,
principalmente na região da
rua 25 de Março, no centro da
capital. O assunto geração de
emprego e qualificação profissional também teve maior espaço no debate de ontem.
Os candidatos discorreram
sobre a implantação de escolas
de ensino técnico na rede pública da capital. Porém, a obrigação de oferecer esse tipo de
ensino cabe ao governo estadual, segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação),
que estipula as competências
dos entes federativos na área de
ensino. Marta e Kassab não discorreram, todavia, sobre formas de preservar empregos caso a crise econômica global comece a afetar a capital.
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