São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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Números distorcidos são evitados pela 1ª vez

FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ontem no debate da Rede Globo os candidatos à Prefeitura de São Paulo pouparam os eleitores da maioria das distorções de números e informações apresentados nos outros cinco debates realizados por emissoras de TV, e abordaram assuntos até então pouco discutidos na campanha eleitoral.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM), por exemplo, não repetiu a conduta de chamar os estudantes universitários que atuam nas escolas de ensino fundamental da rede pública de "segundo professor", e qualificou-os como "assistentes" no decorrer do debate de ontem.
Já Marta Suplicy (PT) não apresentou números inflados ao falar sobre o tema corredores de ônibus, a exemplo do que ocorreu nos outros eventos das emissoras de TV.
No segundo bloco do debate, reservado para a realização de perguntas sorteadas ao vivo, o tema dos camelôs veio à tona.
Kassab disse que pretende enfrentar o problema dos ambulantes ilegais criando "shopping populares" -centros de comércio para os camelôs. Porém, a medida foi tentada pela atual administração e surtiu poucos efeitos.
Ao falar sobre o assunto, Marta lembrou o caso de julho deste ano em que um grupo de funcionários da subprefeitura da Mooca foi acusado de cobrar propina de ambulantes ilegais na região do largo da Concórdia, no centro da cidade. O problema da atuação dos camelôs no comércio de produtos falsificados ou ilegais, porém, também não foi resolvido durante a gestão da prefeita petista.
Os conflitos violentos entre ambulantes, de um lado, e Guarda Civil Metropolitana e Polícia Militar, de outro, ocorreram nos mandatos dos dois concorrentes à prefeitura, principalmente na região da rua 25 de Março, no centro da capital. O assunto geração de emprego e qualificação profissional também teve maior espaço no debate de ontem.
Os candidatos discorreram sobre a implantação de escolas de ensino técnico na rede pública da capital. Porém, a obrigação de oferecer esse tipo de ensino cabe ao governo estadual, segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que estipula as competências dos entes federativos na área de ensino. Marta e Kassab não discorreram, todavia, sobre formas de preservar empregos caso a crise econômica global comece a afetar a capital.


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