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OUTRO LADO
Acusados negam o envolvimento e acusam procurador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os parlamentares de Tocantins ouvidos pela Folha negaram participação no suposto esquema montado para desviar recursos do Orçamento.
Eles acusaram o procurador
Mário Lúcio Avelar, que fez as
investigações, de apresentar
denúncias sem provas com objetivos políticos e pessoais.
Os deputados Pastor Amarildo (PPB) e João Ribeiro (PFL)
afirmaram que as obras citadas
num "grampo" telefônico nem
sequer foram realizadas. Os
dois enviaram documentos ao
jornal com declarações do Ministério dos Esportes confirmando a informação. "Esse
procurador fez uma denúncia
vazia. Vai responder a processo", disse Ribeiro.
O deputado Osvaldo Reis
(PMDB) nega ter recebido propina de R$ 44,2 mil, embora tenha confirmado que conhece
Alcir, citado como responsável
pela entrega do dinheiro. "Podem quebrar os meus sigilos
bancários, fiscal e telefônico.
Isso dói muito num pai de família", afirmou o parlamentar.
O deputado Igor Avelino
(PMDB) negou envolvimento
no suposto esquema de corrupção e disse que ofereceu os
seus sigilos bancários, fiscal e
telefônico ao Ministério Público. "Não me foi dado direito de
defesa. Nunca recebi um centavo. Por coisas como essa, já tomei a decisão de sair da vida
público", disse Avelino.
O deputado Darci Coelho
(PFL) não quis responder a cada uma das acusações, afirmando que desconhece os documentos. "Não vi nenhum
documento. Não há nada formal contra mim. Fazem acusações sem que eu possa me defender. Dizem que corre em segredo de Justiça, mas tudo está
sendo divulgado. O Mário Lúcio é um ladrão, um bandido,
desonesto, desqualificado. Ele
tem 18 imóveis em Palmas."
O deputado Antônio Jorge
(PTB) disse que Josias é seu
amigo, mas negou que tenha
recebido propina. "Desafio
qualquer empreiteiro a dizer
que me ajudou", disse. Ele afirmou que Avelar fez acusações
contra ele com base no depoimento de um marginal.
A Folha telefonou para os gabinetes dos senadores Leomar
Quintanilha (PFL) e Carlos Patrocínio (PPB) na última sexta.
A assessoria de Quintanilha
afirmou que o senador está em
viagem ao exterior. Patrocínio
não respondeu às ligações. O
deputado Freire Júnior
(PMDB) também foi procurado, mas não respondeu.
A assessoria de imprensa do
governo do Tocantins informou que José Edmar Brito Miranda estava em viagem e retornaria só nesta semana.
A Folha tentou falar com os
ex-deputados Udson Bandeira
(PMDB) e Dolores Nunes
(PMDB), mas não conseguiu.
Avelar confirmou à Folha
que comprou 18 lotes em Palmas. Em quatro deles, construiu casas ao custo de R$ 30 mil cada uma. Ele avalia o seu
patrimônio hoje em R$ 300
mil. Disse que adquiriu os imóveis com poupança própria,
formada ao longo de 13 anos.
Declarou, por fim, que seu salário mensal atual é de R$ 11 mil.
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