São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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OUTRO LADO

Acusados negam o envolvimento e acusam procurador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os parlamentares de Tocantins ouvidos pela Folha negaram participação no suposto esquema montado para desviar recursos do Orçamento.
Eles acusaram o procurador Mário Lúcio Avelar, que fez as investigações, de apresentar denúncias sem provas com objetivos políticos e pessoais.
Os deputados Pastor Amarildo (PPB) e João Ribeiro (PFL) afirmaram que as obras citadas num "grampo" telefônico nem sequer foram realizadas. Os dois enviaram documentos ao jornal com declarações do Ministério dos Esportes confirmando a informação. "Esse procurador fez uma denúncia vazia. Vai responder a processo", disse Ribeiro.
O deputado Osvaldo Reis (PMDB) nega ter recebido propina de R$ 44,2 mil, embora tenha confirmado que conhece Alcir, citado como responsável pela entrega do dinheiro. "Podem quebrar os meus sigilos bancários, fiscal e telefônico. Isso dói muito num pai de família", afirmou o parlamentar.
O deputado Igor Avelino (PMDB) negou envolvimento no suposto esquema de corrupção e disse que ofereceu os seus sigilos bancários, fiscal e telefônico ao Ministério Público. "Não me foi dado direito de defesa. Nunca recebi um centavo. Por coisas como essa, já tomei a decisão de sair da vida público", disse Avelino.
O deputado Darci Coelho (PFL) não quis responder a cada uma das acusações, afirmando que desconhece os documentos. "Não vi nenhum documento. Não há nada formal contra mim. Fazem acusações sem que eu possa me defender. Dizem que corre em segredo de Justiça, mas tudo está sendo divulgado. O Mário Lúcio é um ladrão, um bandido, desonesto, desqualificado. Ele tem 18 imóveis em Palmas."
O deputado Antônio Jorge (PTB) disse que Josias é seu amigo, mas negou que tenha recebido propina. "Desafio qualquer empreiteiro a dizer que me ajudou", disse. Ele afirmou que Avelar fez acusações contra ele com base no depoimento de um marginal.
A Folha telefonou para os gabinetes dos senadores Leomar Quintanilha (PFL) e Carlos Patrocínio (PPB) na última sexta. A assessoria de Quintanilha afirmou que o senador está em viagem ao exterior. Patrocínio não respondeu às ligações. O deputado Freire Júnior (PMDB) também foi procurado, mas não respondeu.
A assessoria de imprensa do governo do Tocantins informou que José Edmar Brito Miranda estava em viagem e retornaria só nesta semana.
A Folha tentou falar com os ex-deputados Udson Bandeira (PMDB) e Dolores Nunes (PMDB), mas não conseguiu.
Avelar confirmou à Folha que comprou 18 lotes em Palmas. Em quatro deles, construiu casas ao custo de R$ 30 mil cada uma. Ele avalia o seu patrimônio hoje em R$ 300 mil. Disse que adquiriu os imóveis com poupança própria, formada ao longo de 13 anos. Declarou, por fim, que seu salário mensal atual é de R$ 11 mil.


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