São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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PAINEL

Nuvem carregada
Escaldado pelo desgaste recente, o Planalto quer cercar de cuidados a próxima medida a atingir os idosos. Trata-se da exigência, válida a partir de 1º de janeiro, de conta bancária para o pagamento de aposentadorias acima de R$ 720. Há 1,3 milhão de pessoas nessa faixa. Estima-se que metade não tenha conta.

Pára-raios
Na tentativa de evitar nova tempestade, o ministro Ricardo Berzoini foi aconselhado a promover ampla campanha de divulgação da portaria e, eventualmente, a adiar sua entrada em vigor. A exigência de conta bancária visa evitar assaltos a aposentados e saques irregulares.

Road show
Lula pediu ao ministro Miguel Rossetto que acelere a agenda de debates sobre o plano nacional de reforma agrária. A primeira reunião será hoje, em Brasília, com os bispos da CNBB.

Mudança de hábito
Depois de reunir-se com ministros e prefeitos do PT no final de semana, o presidente planeja repetir a experiência com lideranças de outros partidos e de setores da sociedade civil. Lula, o falante, disse a interlocutores que no segundo ano de mandato quer principalmente ouvir.

Auditório vazio
Em seu congresso nacional do próximo sábado, o PSB lançará campanha de filiação e de abertura de diretórios pelo interior do país. O partido avalia que perdeu apoio nas camadas de menor renda e escolaridade com a saída do casal Garotinho.

Caminhão de mudança
Os EUA deram o aval para que Roberto Abdenur, atualmente na Áustria, assuma a Embaixada do Brasil em Washington.

Ira verde
Em carta a Lula, ambientalistas protestaram contra manobra dos ruralistas que retardou a votação de projeto de lei para proteção da mata atlântica. O que mais incomodou os verdes foi a concordância de Nelson Pellegrino, líder da bancada petista.

Agenda transgênica
A bancada do PT fará um seminário sobre o projeto de lei dos transgênicos entre 4 e 6 de dezembro. Marina Silva (Meio Ambiente) confirmou presença.

Meia mozarela
Os pefelistas Jorge Bornhausen, José Agripino e José Jorge comemoraram em uma pizzaria de Brasília o recuo de ACM na briga com a cúpula do partido. Acham que o gesto acentuou o isolamento do desafeto baiano, embora Bornhausen também tenha se desgastado com as acusações de desvio de dinheiro.

Meia calabresa
Em privado, ACM reconheceu ter levado a pior no embate com o comando do PFL, reduzindo suas chances de virar líder da bancada no Senado. Mas avalia que agora terá maior liberdade para se aproximar do governo.

Pegou pesado
Ao criticar o acordo com o FMI, Heloísa Helena (PT) disse ontem no Senado que a vice-diretora do fundo, Anne Krueger, é irmã de Freddy Krueger, personagem de filmes de terror que transforma os pesadelos de suas vítimas em realidade.

O clone
A deputada Zulaiê Cobra resolveu correr na mesma faixa do secretário paulista da Segurança, Saulo de Abreu Filho, na disputa pela vaga tucana à sucessão de Marta Suplicy. Um terço de suas emendas ao Orçamento será para a segurança pública.

Visita à Folha
Bernard Mencier, presidente do BNP Paribas Brasil S.A., visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Gilberto Kfouri Jr., diretor de investimentos, e de Pedro Zan, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do governador do Acre, Jorge Viana (PT), a respeito das críticas de José Serra a Lula:
-O Serra tem de esquecer a campanha eleitoral e ajudar o Brasil. Ele mantém um pé no palanque e outro fora, mas tem de colocar os dois na planície, pois no Planalto só há lugar para Lula, que venceu a eleição.

CONTRAPONTO

"Essa bandeira é minha"

Na semana em que se completam 20 anos do início da campanha das diretas, Alberto Tosi Rodrigues lança um livro que recupera declaração de João Baptista Figueiredo sobre o histórico comício da Candelária, que teria reunido 1 milhão de pessoas em 10 de abril de 1984.
No Marrocos, o presidente disse a um deputado governista que, se estivesse no Rio, teria ido ao evento, "porque essa bandeira não é da oposição, é minha".
Estampada nos jornais, a frase reverberou na Câmara. Segundo relata o autor de "Diretas Já -O Grito Preso na Garganta", o vice-líder do governo Amaral Netto saiu do plenário desolado:
-Do jeito que as coisas vão, só eu votarei contra a emenda.
Duas semanas depois, 65 votaram contra e 298 a favor do restabelecimento de eleições diretas para presidente. A emenda foi derrotada por falta de quórum -112 não compareceram.


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