São Paulo, terça-feira, 25 de novembro de 2003

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JUSTIÇA

É a 2ª denúncia contra o deputado que Fonteles oferece ao STF em um mês

Procurador denuncia Jader, acusado de desvio de verba

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, ofereceu ao Supremo Tribunal Federal denúncia criminal contra o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), em que o acusa de peculato na desapropriação da fazenda Vila Amazônia, no Amazonas, em 1988, quando ele ocupava o cargo de ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário.
Jader teria participado de desvio de dinheiro público por meio da reavaliação do valor da fazenda, com uma elevação de mais de 4.000% no montante da indenização. O valor inicial, de Cz$ 7,5 milhões, teria chegado a Cz$ 313,1 milhões. Corrigidos pelo IPCA desde fevereiro de 1988, esses valores seriam hoje de R$ 351,6 mil e de R$ 14,6 milhões.
A denúncia, para abertura da ação penal, inclui o então secretário de Assuntos Fundiários do ministério, Antônio César Pinho Brasil, e o dono da área, Antônio Cabral Abreu. Os três teriam feito o acordo.
Segundo Fonteles, o processo de reavaliação tramitou em tempo recorde -de 17 de dezembro de 1987 a 2 de fevereiro de 1988.
O inquérito chegou ao STF há um mês. Ao recebê-lo, o relator, ministro Marco Aurélio, pediu o parecer de Fonteles. O procurador-geral considerou que há provas suficientes de peculato (crime praticado por servidor público que se apropria de dinheiro ou bem, público ou particular, em benefício próprio ou de outra pessoa). Em caso de condenação, a pena pode chegar a 12 anos de prisão. Fonteles pediu o aumento de um terço na pena nos casos de Jader e de César Pinho Brasil por eles ocuparem cargo de direção.

Outras acusações
Essa é a segunda denúncia contra Jader que Fonteles oferece ao STF em um mês. Em outubro, ele pediu a abertura de processo para apurar desvio de dinheiro da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Jader já é réu em outras duas ações penais no STF: uma também sobre desvio de dinheiro da Sudam e outra sobre a suspeita de remessa ilegal de dinheiro.
Em 2001, ele renunciou ao mandato de senador para escapar do processo político de cassação em razão dessa e de outras acusações.


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