São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O PRESIDENTE

Em entrevista, presidente volta a negar ter decidido se candidatar à reeleição e critica Anthony Garotinho (PMDB) e Cesar Maia (PFL)

Lula fala em cortar desemprego pela metade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na entrevista que concedeu ontem a emissoras de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tem como meta baixar a taxa de desemprego no país a 4% ou 5% -praticamente a metade do índice atual, de 9,6%- e negou ter decidido se candidatar à reeleição.
"Se eu pudesse, num ano só, criava todos os empregos necessários. Mas a geração de emprego está bem. Ela pode crescer, e no ano que vem certamente vai crescer muito mais, e eu espero que a gente possa ter, no Brasil, um índice de desemprego compatível com o chamado mundo desenvolvido, ou seja, que chegue a quatro ou cinco [por cento]."
Sobre a reeleição, Lula disse que errou na outra entrevista a rádios, quando assumiu que seria candidato. "Cometi um erro aqui, aquele dia, eu não tinha entendido que tinha falado que era candidato, porque não tenho falado para minha mulher, não tenho falado para meus filhos."
O presidente disse que não viu o levantamento, feito pelo instituto Sensus, que mostrou aumento de mais de sete pontos percentuais na rejeição ao seu nome, para 46,7%. "A pergunta que eu faço é a seguinte: que presidente resistiria ao bombardeio que estou sofrendo desde junho?"
Lula mencionou ao menos cinco vezes problemas com o governo do Rio -comandado por Rosinha Matheus e Anthony Garotinho (PMDB), possível candidato à Presidência- e com a prefeitura da capital fluminense, sob o comando do pefelista Cesar Maia. Nos intervalos, disse que a relação é "difícil" e que os dois -Garotinho e Maia- fazem uma "campanha" contra ele.
Em uma das críticas ao Rio, Lula citou o Bolsa-Família: "Tínhamos um acordo com o governo do Estado e com a prefeitura, de que o governo [do Rio] colocaria, me parece, R$ 10 sobre o que dávamos e a prefeitura colocaria R$ 10. Fui informado agora que tanto o governo [do Rio] retirou a parte dele quanto a prefeitura tirou a dela". Segundo o presidente, o Rio é o Estado com menos beneficiários do Bolsa-Família.

Gaiola
Por duas vezes na entrevista, Lula citou a Febem, que enfrentou uma das piores rebeliões de sua história nesta semana e é comandada pelo tucano Geraldo Alckmin, seu adversário em potencial. "Quando eu vejo aquela molecada na Febem, eu fico pensando que, se uma parte dela estivesse em casa, com assistente social, se não resolvia muito mais do que trancafiar aquele cidadão numa gaiola. Porque não tem recuperação de animal, ou de alguém, dentro de uma gaiola. Não tem."


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