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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O PRESIDENTE
Em entrevista, presidente volta a negar ter decidido se candidatar à reeleição e critica Anthony Garotinho (PMDB) e Cesar Maia (PFL)
Lula fala em cortar desemprego pela metade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na entrevista que concedeu ontem a emissoras de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
afirmou que tem como meta baixar a taxa de desemprego no país
a 4% ou 5% -praticamente a
metade do índice atual, de
9,6%- e negou ter decidido se
candidatar à reeleição.
"Se eu pudesse, num ano só,
criava todos os empregos necessários. Mas a geração de emprego
está bem. Ela pode crescer, e no
ano que vem certamente vai crescer muito mais, e eu espero que a
gente possa ter, no Brasil, um índice de desemprego compatível
com o chamado mundo desenvolvido, ou seja, que chegue a
quatro ou cinco [por cento]."
Sobre a reeleição, Lula disse que
errou na outra entrevista a rádios,
quando assumiu que seria candidato. "Cometi um erro aqui,
aquele dia, eu não tinha entendido que tinha falado que era candidato, porque não tenho falado para minha mulher, não tenho falado para meus filhos."
O presidente disse que não viu o
levantamento, feito pelo instituto
Sensus, que mostrou aumento de
mais de sete pontos percentuais
na rejeição ao seu nome, para
46,7%. "A pergunta que eu faço é
a seguinte: que presidente resistiria ao bombardeio que estou sofrendo desde junho?"
Lula mencionou ao menos cinco vezes problemas com o governo do Rio -comandado por Rosinha Matheus e Anthony Garotinho (PMDB), possível candidato
à Presidência- e com a prefeitura da capital fluminense, sob o comando do pefelista Cesar Maia.
Nos intervalos, disse que a relação
é "difícil" e que os dois -Garotinho e Maia- fazem uma "campanha" contra ele.
Em uma das críticas ao Rio, Lula
citou o Bolsa-Família: "Tínhamos
um acordo com o governo do Estado e com a prefeitura, de que o
governo [do Rio] colocaria, me
parece, R$ 10 sobre o que dávamos e a prefeitura colocaria R$ 10.
Fui informado agora que tanto o
governo [do Rio] retirou a parte
dele quanto a prefeitura tirou a
dela". Segundo o presidente, o
Rio é o Estado com menos beneficiários do Bolsa-Família.
Gaiola
Por duas vezes na entrevista,
Lula citou a Febem, que enfrentou
uma das piores rebeliões de sua
história nesta semana e é comandada pelo tucano Geraldo Alckmin, seu adversário em potencial.
"Quando eu vejo aquela molecada na Febem, eu fico pensando
que, se uma parte dela estivesse
em casa, com assistente social, se
não resolvia muito mais do que
trancafiar aquele cidadão numa
gaiola. Porque não tem recuperação de animal, ou de alguém, dentro de uma gaiola. Não tem."
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