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Renan ameaça retaliar PFL no Senado
Peemedebista não aceitará acordo para dividir cargos da Mesa se a oposição insistir em lançar uma candidatura própria
A bancada do PSDB decidiu que não embarcará em uma "aventura" e que só apoiará José Agripino, do PFL, se ele tiver chances reais de vitória
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Governo e oposição já começaram a queda-de-braço pela
presidência do Senado, cuja
eleição será em fevereiro. O
presidente da Casa, senador
Renan Calheiros (PMDB-AL),
mandou recado para o PFL que
não haverá acordo para ocupar
os cargos da Mesa Diretora se o
partido insistir em lançar candidato para disputar com ele.
Atualmente há um acordo
entre os partidos que têm as
maiores bancadas no Senado
para a ocupação dos cargos da
Mesa. O PFL tem a primeira-secretaria (que cuida, por
exemplo, de contratos de mão-de-obra acima de R$ 80 mil) e
também a terceira-secretaria.
A praxe do Senado é que o
partido com o maior número
de senadores indique o presidente da Casa. O PFL saiu das
eleições de outubro com a
maior bancada, mas já foi superado pelo PMDB devido ao troca-troca partidário. Mesmo assim o senador José Agripino
(PFL-RN) pretende disputar
com Renan.
Em reunião nesta semana, a
bancada do PSDB decidiu que
não embarcará em uma "aventura", ou seja, só apoiará Agripino se ele tiver chances reais
de vitória. Os tucanos ocupam a
segunda vice-presidência e a
quarta-secretaria.
"Lula dará mais valor ao Congresso se ele for presidido pela
oposição", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ele
cobrou de Renan mais independência em relação ao Palácio do Planalto.
Embora ainda não tenham
lançado suas candidaturas oficialmente, tanto Renan quanto
Agripino já começaram a chamar os senadores para conversar para angariar apoios. O pefelista diz a aliados que teria o
voto de 41 dos 81 senadores.
Preocupado com a disputa, o
PMDB não quer que a senadora
Roseana Sarney (sem partido-MA) assuma um ministério.
Eles avaliam que ela será mais
útil no Senado, ajudando a dividir o PFL. Derrotada na eleição
para o governo do Maranhão,
Roseana saiu do PFL antes de
ser expulsa por ter apoiado o
presidente Lula na eleição.
Câmara
Na Câmara, três partidos que
apoiaram a candidatura de Lula
isolaram o PT e decidiram bancar a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) para presidente da Câmara, com a formação de um bloco parlamentar.
Foi uma reação à intenção dos
petistas de lançarem o líder do
governo, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), para o posto. Lula avisou a aliados que prefere Aldo
na Câmara e Renan no Senado.
Os comunistas têm certo o
apoio do PSB para reeleger Aldo. Os dois partidos estão em
conversas adiantadas para
compor o bloco, que uniria suas
bancadas na Câmara.
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