São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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Renan ameaça retaliar PFL no Senado

Peemedebista não aceitará acordo para dividir cargos da Mesa se a oposição insistir em lançar uma candidatura própria

A bancada do PSDB decidiu que não embarcará em uma "aventura" e que só apoiará José Agripino, do PFL, se ele tiver chances reais de vitória


FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governo e oposição já começaram a queda-de-braço pela presidência do Senado, cuja eleição será em fevereiro. O presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou recado para o PFL que não haverá acordo para ocupar os cargos da Mesa Diretora se o partido insistir em lançar candidato para disputar com ele.
Atualmente há um acordo entre os partidos que têm as maiores bancadas no Senado para a ocupação dos cargos da Mesa. O PFL tem a primeira-secretaria (que cuida, por exemplo, de contratos de mão-de-obra acima de R$ 80 mil) e também a terceira-secretaria.
A praxe do Senado é que o partido com o maior número de senadores indique o presidente da Casa. O PFL saiu das eleições de outubro com a maior bancada, mas já foi superado pelo PMDB devido ao troca-troca partidário. Mesmo assim o senador José Agripino (PFL-RN) pretende disputar com Renan.
Em reunião nesta semana, a bancada do PSDB decidiu que não embarcará em uma "aventura", ou seja, só apoiará Agripino se ele tiver chances reais de vitória. Os tucanos ocupam a segunda vice-presidência e a quarta-secretaria.
"Lula dará mais valor ao Congresso se ele for presidido pela oposição", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Ele cobrou de Renan mais independência em relação ao Palácio do Planalto.
Embora ainda não tenham lançado suas candidaturas oficialmente, tanto Renan quanto Agripino já começaram a chamar os senadores para conversar para angariar apoios. O pefelista diz a aliados que teria o voto de 41 dos 81 senadores.
Preocupado com a disputa, o PMDB não quer que a senadora Roseana Sarney (sem partido-MA) assuma um ministério. Eles avaliam que ela será mais útil no Senado, ajudando a dividir o PFL. Derrotada na eleição para o governo do Maranhão, Roseana saiu do PFL antes de ser expulsa por ter apoiado o presidente Lula na eleição.

Câmara
Na Câmara, três partidos que apoiaram a candidatura de Lula isolaram o PT e decidiram bancar a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) para presidente da Câmara, com a formação de um bloco parlamentar. Foi uma reação à intenção dos petistas de lançarem o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para o posto. Lula avisou a aliados que prefere Aldo na Câmara e Renan no Senado.
Os comunistas têm certo o apoio do PSB para reeleger Aldo. Os dois partidos estão em conversas adiantadas para compor o bloco, que uniria suas bancadas na Câmara.


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