São Paulo, domingo, 25 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Café-com-leite

Já está decidido o que o PSDB fará a respeito de Eduardo Azeredo, denunciado pelo procurador-geral da República como protagonista do valerioduto mineiro: nada. Ainda que Fernando Henrique Cardoso continue a pregar o contrário, os dois presidenciáveis do partido, José Serra e Aécio Neves, estão absolutamente unidos na disposição de segurar a onda do senador. Isso posto, os tucanos tratam de martelar um discurso de duas partes. A primeira consiste em dizer que "foi tudo culpa do Walfrido", um vice que -agora tornou-se conveniente revelar- mandava e desmandava no governo de Minas. A segunda, mais emotiva, lembra que Azeredo é um homem de hábitos tão simples que "coleciona tampinhas de garrafa".

Ufa! Teve deputado tucano que chorou ao constatar que não estava entre os denunciados pelo procurador-geral.

Falta a ponta. Mas quem acompanha o caso desde o início estranhou o fato de os beneficiários do desvio de recursos para a campanha de 1998, relacionados em lista do tesoureiro Claudio Mourão, não terem sido nem ao menos citados na peça, ainda que seus crimes estejam prescritos.

Crônica de um... A certa altura do último almoço de Guido Mantega com senadores tucanos antes do naufrágio do acordo pró-CPMF, o ministro da Fazenda levantou-se da mesa para falar ao telefone com Lula. Ao voltar, todo festivo, disse a Tasso Jereissati que este já podia "encomendar a caixa de vinho" para dar ao presidente.

...fiasco anunciado. A comemoração referia-se à promessa presidencial de atender a um pleito de Tasso: a siderúrgica no Ceará. Espectador dessa negociação bilateral, o líder da bancada do PSDB, Arthur Virgílio (AM), saiu do encontro direto para os microfones, diante dos quais detonou o acordo.

Instável. Antes de passar a coordenação política a José Múcio, Walfrido dos Mares Guia fez um balanço dos votos pró e contra a CPMF entre os senadores da base aliada. E incluiu Cristovam Buarque (PDT-DF) no rol dos que não inspiram segurança.

Esquerda, volver. Já o único representante do PSOL, José Nery (PA), é visto pelo Planalto como voto passível de ser conquistado. A despeito das declarações incendiárias de Heloisa Helena contra o tributo, o senador confidenciou a colegas que gostaria de votar a favor.

Pedala! De Lula para José Temporão, reclamando da demora na execução dos gastos da Saúde: "Para criar polêmica você é dez. Para empenhar verba, zero". O tom do presidente foi bem-humorado, mas, ainda assim, revelador de uma percepção crescente no governo: a de que o ministro tem um quê de Robinho.

O poço do Lula 1. Em conversa com o governador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Lula riu dos tucanos que procuram diminuir a importância da descoberta da reserva gigante de petróleo no campo Tupi, alegando que se trata de um trabalho de 12 anos -iniciado, portanto, no governo Fernando Henrique.

O poço do Lula 2. "Que nada! São 160 milhões de anos para formar o petróleo", disse o petista, que ainda tripudiou sobre os adversários: "Não tenho culpa de ter sorte".

No pé 1. A associação dos funcionários do Ibama divulgou nota criticando o Instituto Chico Mendes, que procura imóvel de 9.600 m 2 para alugar e ser a sede da autarquia.

No pé 2. A associação diz que várias sedes do instituto nos Estados estão em "estado lastimável", que o terreno do próprio Ibama tem 221 mil m2, dos quais só uma pequena parte está ocupada, e que os gastos com aluguel podem chegar a R$ 3,4 mi anuais, dados os valores dos imóveis no Plano Piloto de Brasília.

Tiroteio

A arrogância e o preconceito com Lula refletem certa inveja de FHC, que criou bem menos vagas em universidades do que este governo. Pior do que falar errado é fazer as coisas erradas.


Do deputado CÂNDIDO VACCAREZZA (PT-SP) sobre o ex-presidente, que acusou indiretamente o sucessor de "desprezar a educação, a começar pela própria".

Contraponto

Soletrando

Um grupo de petistas se reuniu na terça-feira passada em Brasília para manifestar apoio ao deputado José Eduardo Cardozo na disputa pela presidência do partido. Mestre-de-cerimônias, o prefeito de Guarulhos, Elói Pietá, apresentava uma a uma as estrelas presentes:
-Aqui conosco, a senadora Serys "Schichecharenko'!
Diante da gargalhada geral, a governadora do Pará, Ana Júlia, achou por bem socorrer o companheiro:
-Elói, não se preocupe. Fiquei quatro anos no Senado e nem assim aprendi a falar o nome dela!
Em tempo: o sobrenome, russo, é Slhessarenko.


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