Arcebispo de SP chega à elite da igreja e pode votar e ser votado na escolha papal

DA REDAÇÃO

O arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, 58, foi nomeado ontem cardeal da igreja católica. "Vocês foram escolhidos para formar uma antiga instituição e para estar próximos como conselheiros e colaboradores do sucessor de Pedro na direção da igreja", disse o papa Bento 16, em cerimônia no Vaticano. Foram 23 novos cardeais nomeados.
A partir de agora, d. Odilo pode votar e ser votado na sucessão do atual papa. O colégio de cardeais tem 201 membros, sendo que 120 têm direito a voto, por terem menos de 80 anos, idade máxima para participar do conclave. Aqueles acima de 80 anos não podem participar da votação, mas podem ser escolhidos papa.
Na cerimônia de ontem, os 23 novos cardeais se ajoelharam diante do papa, fizeram um juramento e receberam o barrete, o chapéu vermelho. "Sejam apóstolos de Deus, que é amor, e testemunhas da esperança evangélica", disse o papa.
Hoje, os nomeados recebem o anel de cardeal. Dos 23 novos cardeais, há 13 europeus, quatro latino-americanos, dois americanos, dois africanos e dois asiáticos. Desses, 18 têm menos de 80 anos. Entre os que estão acima dessa idade está Emmanuel III Delly, do Iraque. O papa pediu a "desejada conciliação e paz" iraquiana.
Com d. Odilo na elite da igreja católica, o Brasil tem seu 18º cardeal na história. Hoje, também podem votar em eleição papal d. Cláudio (ministro do papa), d. Geraldo Majella (arcebispo de Salvador) e d. Eusébio Scheid (arcebispo do Rio).