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PF tira Protógenes da divisão de Inteligência
Ao retornar ontem ao trabalho, delegado foi informado de que foi colocado à disposição do setor de recursos humanos
Policial concluiu o curso de especialização; se ele for aprovado, virará delegado especial, cargo máximo da carreira na Polícia Federal
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
De volta à Polícia Federal
mais de quatro meses após deixar o comando da Operação Satiagraha, o delegado Protógenes Queiroz foi informado ontem pelo diretor de Inteligência da PF, Daniel Lorenz, que
será desligado da divisão.
Protógenes ficará à disposição, segundo informação oficial
da PF, da Diretoria de Gestão
de Pessoal. É a área de recursos
humanos da polícia que vai definir seu futuro. Segundo a PF,
será feita uma análise do setor
mais deficiente do órgão em
termos de pessoal para definir a
nova área para o investigador.
A Diretoria de Inteligência é
uma das áreas mais importantes da PF e responsável pelas
principais operações.
No início da tarde, o delegado
disse à Folha que pediu licença
de 15 dias para preparar sua defesa no inquérito conduzido
pela Corregedoria da PF que o
acusa de vazar dados da Operação Satiagraha à mídia. Disse
ainda que, passados os 15 dias,
retornaria à Diretoria de Inteligência. No início da noite,
confrontado com a informação
divulgada pela PF, afirmou que
recebeu a notícia com naturalidade.
A Satiagraha prendeu o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, além do investidor
Naji Nahas e do ex-prefeito de
São Paulo Celso Pitta. Eles são
suspeitos por vários crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Daniel Lorenz é um dos diretores da cúpula da PF que se indispôs com Protógenes. O mesmo ocorreu com outros diretores como Roberto Troncon e
Paulo de Tarso Teixeira, como
confirma a fita da reunião de 14
de julho que selou seu afastamento da Satiagraha.
No encontro, eles acusaram
o delegado de conduzir uma investigação cheia de irregularidades e completamente fora do
padrão, o que motivou seu afastamento do caso. Uma nova
equipe, comandada pelo delegado Ricardo Saadi, foi destacada para assumir o caso.
Meses antes de ser deflagrada, Protógenes conduzia as investigações da Satiagraha lotado na Diretoria de Inteligência
de Lorenz. Após a publicação
da reportagem da Folha em
abril que adiantou a operação,
Protógenes discutiu com Lorenz, apurou a reportagem.
Isso porque, para o delegado,
fora o diretor de Inteligência o
responsável por vazar as informações. Lorenz nega. Depois
do episódio, Lorenz retirou a
investigação contra Dantas de
sua área, sendo ela transferida
à Diretoria de Combate ao Crime Organizado, chefiada por
Troncon. Mas Protógenes continuou lotado na Inteligência.
Protógenes terminou o curso
de especialização da Academia
da PF. Se aprovado, ele virará
delegado especial, cargo máximo da carreira na PF, com salário bruto de R$ 19.600. Ele havia dito há duas semanas que
não iria concluir o curso porque sua tese havia sido levada
quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no inquérito que apura o vazamento
da Satiagraha. Ontem, ele disse
que concluiu e defendeu a tese
na semana passada. "Completei todo o curso e fui aprovado."
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