São Paulo, quarta, 25 de novembro de 1998

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AJUSTE FISCAL
Sindicalista prevê invasão de "lojas, fábricas e supermercados"
Vicentinho aponta risco de convulsão social no Brasil

ESTANISLAU MARIA
da Agência Folha, em Florianópolis

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse ontem em Florianópolis que, no próximo ano, "nós corremos o risco de ter convulsões sociais por todo o país".
"Do mesmo jeito que hoje se ocupa terra, temo que o agravamento da crise, com o aumento do desemprego e da miséria, leve o povo a ocupar fábricas, lojas e supermercados", afirmou.
O presidente da CUT diz esperar que o presidente Fernando Henrique Cardoso mude a política atual. "Se continuar, será um desastre maior. Essa atual política, que penaliza a produção e aumenta o desemprego, é um desastre programado."
"É muito preocupante. O povo está se indignando, há violência nos bairros, os jovens estão desesperados e ainda há uma desesperança no futuro", afirmou.
Vicentinho participou ontem de seminário promovido pela CUT em Florianópolis e descartou a convocação de greves gerais contra o ajuste fiscal.
Disse que o movimento sindical está enfraquecido e não tem o mesmo poder de antes para articular os trabalhadores para fazer grandes protestos de rua.
Ele defendeu o envolvimento do movimento sindical com os movimentos sociais e com os empresários para articular uma política que defenda a produção.
"O desemprego enfraquece claramente o movimento sindical, mas enfraquece, antes de tudo as instituições: as empresas, a economia, o país", declarou.
Vicentinho defendeu ainda uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar denúncias nos casos do "Dossiê Caribe" e do grampo telefônico.



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