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PATRIMÔNIO
Lorenzoni se acha injustiçado
Ex-petista afirma se sentir "um banana"
XICO SÁ
da Reportagem Local
Sérgio Lorenzoni, dono do cheque encontrado na conta do candidato derrotado do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse
à Folha que se sentia "um banana"
no caso que é objeto de inquérito
da Polícia Civil paulista.
Aposentado, ex-funcionário de
corretoras de valores e ex-petista,
Sérgio Lorenzoni se acha injustiçado pela exposição do seu nome no
episódio.
"Não fui um laranja, fui um banana nessa história", afirmou.
Chateado, Lorenzoni confirma
as versões de Lula e do advogado e
amigo Roberto Teixeira, mas não
defende os dois: "Não saberia dizer
se o Lula ou o Teixeira são ou não
inocentes nesta história".
O cheque de Lorenzoni, segundo
depoimento de Lula à Seccional da
Polícia Civil de São Bernardo do
Campo, foi depositado por Roberto Teixeira, amigo do candidato
derrotado, com o objetivo de abater parte de uma dívida.
Lula disse que vendeu um automóvel (Omega) por R$ 40 mil, em
quatro parcelas de R$ 10 mil -valor do cheque.
"Apenas dei o cheque, em meu
nome, para o meu irmão (Dalmiro,
empreiteiro que ergueu o prédio
onde Lula comprou o apartamento)", disse. "Teixeira então pegou
o cheque, por causa de uma dívida
do Dalmiro, e fez o depósito".
Lorenzoni, que pertenceu aos
quadros do PT nos anos 80, no
ABC, demonstra desilusão com o
partido. "Sempre segui uma conduta de retidão, de honestidade.
Tanto na minha profissão como na
carreira política", disse.
Segundo o ex-petista, a exposição do seu nome, durante o desenvolvimento do inquérito policial,
tem causado transtorno no dia-a-dia: "É um prejuízo, por mais que
as pessoas que me conhecem acreditem na minha inocência".
O inquérito aberto em agosto, a
pedido do Ministério Público estadual, só deve ser concluído no início do próximo.
O delegado Pedro José Liberal,
que comanda as investigações, solicitou várias diligências.
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