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Marina aposta em nomes do PV nos Estados
Com pouca estrutura, sigla tenta viabilizar campanha obrigando lideranças locais a lançarem candidatos
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem o conforto de uma aliança que possa lhe render palanques nos Estados e acréscimos
significativos no tempo de televisão, o PV tenta driblar as dificuldades de legenda nanica para viabilizar a candidatura da
senadora Marina Silva (PV) à
Presidência em 2010, obrigando lideranças regionais -a
maioria inexpressiva no cenário nacional-a se lançarem nos
Estados. A direção do partido
afirma que Marina terá palanques nas 27 unidades da federação, sendo que já há oito Estados com candidatos ou pré-candidatos definidos.
"Lançar uma candidatura é
fácil. O complicado é criar uma
estrutura que dê suporte a isso", admite Sérgio Xavier, coordenador nacional de comunicação do PV, e candidato do PV
ao governo de Pernambuco.
A ínfima estrutura partidária
está longe de ser o maior obstáculo de Marina. A opção religiosa da senadora, que é evangélica, e a disposição de propor um
novo modelo econômico, mesmo que preservada a ortodoxia
das políticas fiscal e monetária,
serão os alvos prediletos de
bombardeios na campanha de
2010, prevê a direção do PV.
"Nós vamos falar de tudo na
campanha abertamente, sobretudo sobre a opção religiosa da
Marina", justificou o vereador
José Luiz Penna (SP), presidente nacional do PV. Dirigentes do PV disseram à Folha que
a senadora pretende dialogar
com a CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil). Para o pré-candidato do PV no
Rio, Alfredo Sirkis, a religião
poderá ajudar: "Os evangélicos
tendem a votar nela massivamente quando a conhecerem".
A pré-candidatura de Marina
Silva, até o momento, difere
das de Dilma Rousseff (PT) e
José Serra (PSDB) por incluir a
questão ambiental no centro
do debate sobre crescimento
econômico.
Entitulado "Programa de
Governo Pós-Lula: A Entrada
do Brasil no Século 21", os estudos preliminares do PV que vão
fundamentar o programa de
governo, a ser lançado em julho, visam desmistificar a onda
ecologicamente correta dos
verdes. "Nossa proposta é econômica, e não simplesmente
ambiental", afirma Xavier. O
PV não pretende só "salvar as
baleias", acrescenta Penna.
Para Sirkis, Marina não terá
como propor alterações profundas na ortodoxia monetária
e fiscal. "Penso que não iremos
nos afastar muito do que foi
iniciado no Plano Real e continuado nos governos Lula."
Entre as propostas sob estudo estão a criação do Programa
Nacional de Geração de Empregos Verdes e a formatação
de uma nova política de tributação e isenção fiscal para empreendedores que promovam
uma "economia sustentável".
O PV acredita que a questão
ambiental e a urgente necessidade de redução das emissões
de gases do efeito estufa obrigam o Brasil a adotar um novo
padrão de emprego e renda.
A seu favor, Marina terá um
discurso novo, popular sobretudo nas classes A e B, que já
atrai expoentes do empresariado brasileiro, como Guilherme
Leal, presidente-executivo da
Natura, Márcio Elias, da Parmalat, e Roberto Klabin, da
Klabin. É neste segmento que a
senadora busca o vice, sem esconder a preferência por Leal.
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