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"Quem tem poder é o presidente", afirma; chefe da Casa Civil anuncia que 2 reformas serão aprovadas neste ano
Dirceu diz ter perdido "metade das atribuições"
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) afirmou ontem que a reforma ministerial "reduziu pela metade suas atribuições", o que, segundo ele, contraria a versão de
que ele ganhou força com as mudanças promovidas, na semana
passada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro escalão do governo federal.
Desde o início da gestão petista,
Dirceu é conhecido como o braço
forte de Lula. Em nome do presidente, ele tem ordem para intervir
mais diretamente em ministérios
com falhas administrativas. Dirceu foi ainda o responsável por articulações políticas que levaram à
aprovação das reformas tributária e a da Previdência.
"Minhas atribuições foram diminuídas pela metade", declarou,
sorrindo, o ministro. "Essa questão de que tenho poder é bom para matéria de jornal, para comentarista político, mas quem tem o
poder é o presidente Lula."
As atribuições da pasta de Dirceu foram alteradas na reforma, o
que não significa que foram diminuídas. Sob a alegação de dar
maior fluidez à administração, o
presidente tirou a coordenação
política do ministro-chefe da Casa Civil e passou para o deputado
federal Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Dirceu acumulou atribuições da
pasta do Planejamento.
"Poder eu não tenho nenhum.
Quem tem poder é o presidente.
Eu divido minhas atribuições de
trabalho com o deputado Aldo
Rebelo. Portanto, não faço mais
articulação política, nem articulação federativa, o que significa que
a metade do meu trabalho vai para o deputado", disse Dirceu.
De acordo com o ministro, com
as mudanças promovidas por Lula, ele terá mais tempo para conduzir a gestão governamental.
Como parte de suas atribuições,
disse, irá acelerar as prioridades
do governo federal para este ano,
o desenvolvimento econômico e a
geração de empregos.
A primeira reforma ministerial
de Lula, disse o ministro, será melhor para o governo. "Nós vamos
ter mais governo e um governo
melhor. Porque esse é o desejo do
presidente", afirmou Dirceu.
Na sexta-feira passada, o presidente nomeou seis novos ministros, confirmou a demissão de outros seis e remanejou três para novas posições no primeiro escalão.
Reformas em 2004
Ontem, durante o evento de comemoração dos 450 anos da cidade de São Paulo, Dirceu afirmou
que a reforma sindical e a do Judiciário serão aprovadas ainda neste ano pelo Congresso Nacional.
A trabalhista, disse o ministro, ficará para o ano que vem.
"O Congresso Nacional vai
aprovar [neste ano] temas importantes, como a Lei de Falências e a
reforma do Judiciário." Questionado sobre a reforma trabalhista,
Dirceu respondeu que apenas a
sindical será votada pelos parlamentares ainda neste ano. "A reforma trabalhista, o presidente já
disse, será em 2005", afirmou.
Sem ter conhecimento das declarações do colega de ministério,
o novo responsável pela pasta do
Trabalho, Ricardo Berzoini, disse
que ainda não está definido quando e como serão feitas as mudanças trabalhista e sindical.
"Isso eu vou ainda discutir com
o presidente Lula. A reforma sindical e a trabalhista têm um vínculo entre si. Devemos avaliar se
elas devem ser feitas conjuntamente ou se uma será feita antes
da outra. Ainda vou conversar
com o presidente, que é quem dará a palavra final", disse Berzoini,
que, na semana passada, deixou a
pasta da Previdência.
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