São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

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Procurem Dirceu, diz Lula a novatos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A recomendação dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ministros nomeados na sexta-feira não deixa margem a dúvidas: o chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu, vai participar efetivamente das decisões dos ministérios na nova etapa de governo inaugurada na semana passada com a reforma do ministério.
Isso ficou claro, por exemplo, nas conversas que Lula teve com alguns dos ministros antes do anúncio da reforma.
Um deles perguntou ao presidente se ele tinha alguma orientação específica sobre a política de sua pasta.
Lula respondeu diretamente: "Conversa com o Zé [José Dirceu], que vai ser o gestor junto com vocês".
Outros ministros receberam a mesma recomendação. Especificamente, o presidente pediu "transparência" nos atos, agilidade nas decisões e que eles, os ministros, procurem fazer com que os resultados das políticas de governo cheguem "à ponta", à população, da melhor e mais rápida maneira possível.
Na remodelagem pela qual passou a Casa Civil na reforma, Dirceu perdeu a articulação política, que ficará a cargo do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), e ficou encarregado dos assuntos governamentais e jurídicos.
Além disso, Dirceu vai gerenciar a execução do Orçamento da União e é pouco provável que se afaste totalmente das articulações políticas. As nomeações partidárias, por exemplo, continuarão passando por seu gabinete.

Eficiência
Em conversa com ministros, Lula justificou ser imprescindível fazer as coisas acontecerem. "Precisamos mostrar que o governo tem eficiência. Chega de planejar, vamos às ações", disse a um deles.
Na perspectiva do presidente, segundo um dos ministros, o excesso de academicismo foi um dos pecados do ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, substituído na pasta pelo gaúcho Tarso Genro.
Para dar agilidade e "eficiência" à administração, uma das idéias em curso na semana passada no Planalto é que Dirceu faça reuniões semanais com cada ministro, a fim de acompanhar sistematicamente cada uma das diversas ações de governo.
O "gestor" Dirceu, como definiu Lula, também deverá trabalhar na reestruturação de alguns ministérios.
Aldo Rebelo cuidará do dia-a-dia das relações com o Congresso, tarefa que sobrecarregava Dirceu e o impedia de dar maior atenção à máquina administrativa.
Além disso, Rebelo vai cuidar também das relações com os governadores de Estado. (RAYMUNDO COSTA)


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