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Procurem Dirceu, diz Lula a novatos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A recomendação dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a
ministros nomeados na sexta-feira não deixa margem a dúvidas: o
chefe da Casa Civil, ministro José
Dirceu, vai participar efetivamente das decisões dos ministérios na
nova etapa de governo inaugurada na semana passada com a reforma do ministério.
Isso ficou claro, por exemplo,
nas conversas que Lula teve com
alguns dos ministros antes do
anúncio da reforma.
Um deles perguntou ao presidente se ele tinha alguma orientação específica sobre a política de
sua pasta.
Lula respondeu diretamente:
"Conversa com o Zé [José Dirceu], que vai ser o gestor junto
com vocês".
Outros ministros receberam a
mesma recomendação. Especificamente, o presidente pediu
"transparência" nos atos, agilidade nas decisões e que eles, os ministros, procurem fazer com que
os resultados das políticas de governo cheguem "à ponta", à população, da melhor e mais rápida
maneira possível.
Na remodelagem pela qual passou a Casa Civil na reforma, Dirceu perdeu a articulação política,
que ficará a cargo do deputado
Aldo Rebelo (PC do B-SP), e ficou
encarregado dos assuntos governamentais e jurídicos.
Além disso, Dirceu vai gerenciar a execução do Orçamento da
União e é pouco provável que se
afaste totalmente das articulações
políticas. As nomeações partidárias, por exemplo, continuarão
passando por seu gabinete.
Eficiência
Em conversa com ministros,
Lula justificou ser imprescindível
fazer as coisas acontecerem. "Precisamos mostrar que o governo
tem eficiência. Chega de planejar,
vamos às ações", disse a um deles.
Na perspectiva do presidente,
segundo um dos ministros, o excesso de academicismo foi um
dos pecados do ex-ministro da
Educação Cristovam Buarque,
substituído na pasta pelo gaúcho
Tarso Genro.
Para dar agilidade e "eficiência"
à administração, uma das idéias
em curso na semana passada no
Planalto é que Dirceu faça reuniões semanais com cada ministro, a fim de acompanhar sistematicamente cada uma das diversas ações de governo.
O "gestor" Dirceu, como definiu Lula, também deverá trabalhar na reestruturação de alguns
ministérios.
Aldo Rebelo cuidará do dia-a-dia das relações com o Congresso,
tarefa que sobrecarregava Dirceu
e o impedia de dar maior atenção
à máquina administrativa.
Além disso, Rebelo vai cuidar
também das relações com os governadores de Estado.
(RAYMUNDO COSTA)
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