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PMDB faz ofensiva para preencher mais cargos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Concluída a reforma ministerial, na qual ganhou duas pastas, o
PMDB desencadeia esta semana
uma ofensiva para preencher os
cargos do primeiro escalão prometidos ao partido, como as presidências dos Correios, do INSS e
da Eletrobras. A sigla reivindica
outros postos, mas terá de negociar caso a caso com o Planalto.
Além de Correios, INSS e Eletrobras, a sigla quer indicar o novo líder do governo no Congresso, nomear o superintendente da
Receita Federal em São Paulo e
preencher vagas de segundo escalão dos seus ministérios.
A indicação dos ministros da
Previdência, Amir Lando
(PMDB-RO), e das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB-CE), é considerada insuficiente
para atender o apetite por cargos
e acomodar os diferentes interesses da sigla. Especialmente no Senado, onde não houve acordo para a indicação de um nome.
Para os Correios, o líder no Senado, Renan Calheiros (AL), quer
indicar o ex-senador Carlos Bezerra (MT), mas Eunício Oliveira
inclina-se pela nomeação de um
ex-deputado que foi ministro dos
Transportes do governo tucano:
João Henrique (SC).
A indicação serviria para compor pelo menos parte do grupo
que apoiou o candidato do PSDB
na eleição presidencial de 2002,
José Serra (SP), e que faz oposição
ao governo Lula.
A presidência da Eletrobras caberia ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas, entre
os senadores, registram-se insatisfações porque Sarney, além de
um diretor da própria estatal, já
indicou afilhados políticos para
outros cargos de governo.
O próprio Renan, que não conseguiu fazer Romero Jucá
(PMDB-RR) ministro, agora pensa em seu nome para líder no
Congresso, na vaga de Lando.
A situação é mais tensa na bancada do PMDB no Senado, que
não conseguiu chegar a um consenso sobre o nome do partido a
ser indicado a Lula para o ministério. Com 22 senadores, a sigla é
uma espécie de fiel da balança nas
votações. Na conversa que teve
com o PMDB e os ministros indicados pelo partido, Lula disse que
não quer saber da origem partidária de quem vai ser nomeado. "Eu
quero competência", disse.
Discutindo caso a caso com o
Planalto, é improvável que o
PMDB verticalize as nomeações
dos ministérios que ocupou. O
novo ministro das Comunicações
já se deu conta disso e avisa: "Estamos num governo de coalizão e
temos de compreender que algumas posições terão de ser negociadas com os companheiros que
estão na base do governo".
Renan vai na mesma linha: "A
ocupação será de acordo com o
interesse partidário, nas não haverá ilhas, até porque a convivência na coalizão de governo exige
que você se relacione com outros
interesses partidários", disse.
(RAYMUNDO COSTA)
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