São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2000


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PAINEL

Tempo fechado

A previsão da cúpula do Judiciário é de que a paralisação da magistratura, anunciada para segunda-feira, deve ser demorada. Avaliação geral: é difícil para um juiz entrar em greve e mais ainda sair dela.

Jogou contra...

ACM é apontado pelos magistrados como o principal responsável pela greve do Judiciário. O presidente do Senado, dizem, inviabilizou qualquer tipo de acordo e fez com que os juízes não confiassem na promessa de aprovação rápida da proposta de abono no Congresso.

... e vai tripudiar

O presidente do Senado, na avaliação de ministros do STF, não moveu um dedo para evitar a greve. E deverá faturar em cima dela, aproveitando para escarnecer do Judiciário. A discussão em torno do salário mínimo é um trunfo de ACM.

Riobaldo de toga

Na tarde de ontem, Carlos Velloso (STF) era um dos poucos que ainda acreditavam que seria possível evitar a greve do Judiciário. "Sou mineiro. E mineiro, como dizia o Guimarães Rosa, é um otimista do pessimismo", disse a um amigo.

Navegação oficial

Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo de FHC) descobriu que os assuntos governamentais são a terceira maior demanda da Internet. Decidiu criar um portal na rede mundial permitindo acesso a todos os sites da administração.

O diabo e a cruz

O PMDB ofereceu ao PFL e ao PSDB o cargo de relator do processo de cassação de Luiz Estevão (DF), antes de entregá-lo à oposição. Ninguém aceitou.

Farpas e dedos

O PMDB só não ofereceu o caso Luiz Estevão a José Roberto Arruda (PSDB-DF). Motivo: é adversário político do peemedebista em Brasília. O tucano pensou até em deixar a comissão de ética. Desistiu por temer a acusação de que teria sido comprado por Estevão.

Tanque cheio

O governo amaciou no aumento de 7% nos preços dos combustíveis. A Petrobras queria aumento maior, mas perdeu. Era politicamente ruim. E qualquer cifra acima disso poderia comprometer a meta de inflação acertada com o FMI. Fica para o próximo trimestre.

Perdeu a paciência

De Germano Rigotto (PMDB-RS), presidente da comissão de reforma tributária, ao saber que o governo pretende de novo melar a votação do projeto: "É uma sem-vergonhice". Entre outras coisas, o Planalto não aceita ser proibido de editar MPs sobre matéria tributária .

Muito holofote e...

Empresas nacionais do setor elétrico reagiram mal ao programa de construção de 49 termelétricas até 2003, anunciado anteontem por FHC. Além de se sentirem excluídas (só participarão em 13), consideram os prazos pouco factíveis.

...a dura realidade

A demanda por turbinas para as termelétricas está superaquecida nos EUA e Inglaterra, que estão renovando usinas obsoletas. Será difícil encomendá-las a preço bom. E todas terão de conseguir licenças ambientais nos Estados, o que demora.

Teatro municipal

O PMDB paulistano já preparou o discurso. Sai da reunião do diretório municipal hoje defendendo candidatura própria à prefeitura, com os nomes de Michel Temer e Orestes Quércia inflados. O fato: a sigla não sabe o que fazer e ganha tempo para se cacifar na disputa.

Língua febril

A vereadora Maria Helena (suspensa do PL) apresentou na manhã de anteontem um atestado médico para mostrar que não tinha condições físicas para depor na comissão que analisa a sua cassação na Câmara de SP. À tarde, durante uma hora e 15 minutos, falou a uma rádio.

TIROTEIO


De Beatriz de Lima Pereira, vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, sobre Floriano Vaz da Silva, presidente do Tribunal Regional do Trabalho de SP, considerar inadmissível a greve da Justiça:
- Inadmissível é assistir inerte ao desmantelamento do Judiciário e à desqualificação dos magistrados, fazendo coro a Antonio Carlos Magalhães.

CONTRAPONTO

Histórias de Bonaparte
Um governador vem perdendo o brilho nas reuniões de chefes de Executivo estadual: Mão Santa, do PMDB do Piauí.
Nas primeiras reuniões, fazia sucesso contando piadas sobre seus adversários políticos ou episódios pitorescos de sua atuação como governador. Mas se tornou repetitivo.
A cada reunião, Mão Santa conta duas histórias. Uma delas sobre como conseguiu reduzir no STF (Supremo Tribunal Federal) vencimentos no Piauí.
Diz que procurou Sepúlveda Pertence, então presidente do STF, e perguntou quanto ele ganhava. Ao ouvir a resposta, perguntou se o ministro não queria ser nomeado coronel da Polícia Militar do Piauí. Ganharia três vezes mais.
A outra piada começa invariavelmente com o governador procurando um gancho para falar em Napoleão. Faz uma pausa e acrescenta:
- Estou falando do Napoleão bom. O Bonaparte!
O outro é Hugo Napoleão (PFL-PI), seu inimigo político.


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