São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2001

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Alternativa para senador pode ser governo da Bahia

DO ENVIADO A SALVADOR

A crise do PFL baiano com o governo Fernando Henrique Cardoso deve levar o senador Antonio Carlos Magalhães a concorrer pela quarta vez ao governo do Estado. A candidatura de ACM, antes vista como uma alternativa, ganhou força entre os carlistas depois que FHC demitiu os ministros Waldeck Ornélas, da Previdência, e Rodolpho Tourinho, de Minas e Energia.
Até a crise, ACM, cujo mandato termina em 2002, era cotado para concorrer pelo partido a um novo período no Senado, para o governo ou até para a Presidência da República. Para o governo, também eram cotados o senador Paulo Souto, governador de 94 a 98, e Waldeck Ornélas.
"Ele é o líder do grupo que chamamos de carlista e pode ser candidato ao que quiser", diz o governador da Bahia, César Borges. "Antonio Carlos é o preferido por todos, a começar por mim", afirma o ex-ministro Ornélas.
A tendência, agora, é que ACM concorra ao governo do Estado. César Borges e Ornélas disputariam o Senado.
A distância do governo federal deve levar ACM a concentrar suas forças no Estado. A candidatura é parte da estratégia para retomar o domínio sobre o PFL, cedido ao vice-presidente Marco Maciel e ao senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), presidente do partido, na crise com o governo federal.
Os carlistas querem classificar a ala do PFL que continua aliada a FHC como os "sem voto" do partido, enquanto que os baianos representariam os "com voto". Líderes do grupo ouvidos pela Folha lembram que Maciel enfrentou problemas para se eleger para o seu último mandato de senador.
O principal expoente do grupo do vice-presidente, Roberto Magalhães, perdeu a reeleição para prefeito de Recife depois de ter mais de 50% dos votos nas pesquisas. Por último, os carlistas recordam que, além de ter perdido Recife para o PT, Maciel também não domina Olinda, outro município importante do Estado.
A situação de Bornhausen, segundo os carlistas, é parecida. O catarinense teria dependido da aliança com o governador Esperidião Amin (SC) para se eleger. "Nós, que nos chamamos de carlistas, integramos a parte do partido que tem voto", diz Borges.
A estratégia carlista para a Bahia já inclui o ataque sobre os flancos dos deputados Benito Gama, Jonival Lucas Júnior, José Lourenço e Roland Lavigne, que deixaram o PFL neste ano.
ACM está nos Estados Unidos e deve estar de volta na sexta-feira às 13h. Os carlistas preparam uma festa para seu chefe, que será recebido pelos parlamentares e prefeitos do Estado. (FELIPE PATURY)

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