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Alternativa para
senador pode ser
governo da Bahia
DO ENVIADO A SALVADOR
A crise do PFL baiano com o
governo Fernando Henrique Cardoso deve levar o senador Antonio Carlos Magalhães a concorrer
pela quarta vez ao governo do Estado. A candidatura de ACM, antes vista como uma alternativa,
ganhou força entre os carlistas depois que FHC demitiu os ministros Waldeck Ornélas, da Previdência, e Rodolpho Tourinho, de
Minas e Energia.
Até a crise, ACM, cujo mandato
termina em 2002, era cotado para
concorrer pelo partido a um novo
período no Senado, para o governo ou até para a Presidência da
República. Para o governo, também eram cotados o senador Paulo Souto, governador de 94 a 98, e
Waldeck Ornélas.
"Ele é o líder do grupo que chamamos de carlista e pode ser candidato ao que quiser", diz o governador da Bahia, César Borges.
"Antonio Carlos é o preferido por
todos, a começar por mim", afirma o ex-ministro Ornélas.
A tendência, agora, é que ACM
concorra ao governo do Estado.
César Borges e Ornélas disputariam o Senado.
A distância do governo federal
deve levar ACM a concentrar suas
forças no Estado. A candidatura é
parte da estratégia para retomar o
domínio sobre o PFL, cedido ao
vice-presidente Marco Maciel e ao
senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), presidente do partido, na crise com o governo federal.
Os carlistas querem classificar a
ala do PFL que continua aliada a
FHC como os "sem voto" do partido, enquanto que os baianos representariam os "com voto". Líderes do grupo ouvidos pela Folha lembram que Maciel enfrentou problemas para se eleger para
o seu último mandato de senador.
O principal expoente do grupo
do vice-presidente, Roberto Magalhães, perdeu a reeleição para
prefeito de Recife depois de ter
mais de 50% dos votos nas pesquisas. Por último, os carlistas recordam que, além de ter perdido
Recife para o PT, Maciel também
não domina Olinda, outro município importante do Estado.
A situação de Bornhausen, segundo os carlistas, é parecida. O
catarinense teria dependido da
aliança com o governador Esperidião Amin (SC) para se eleger.
"Nós, que nos chamamos de carlistas, integramos a parte do partido que tem voto", diz Borges.
A estratégia carlista para a Bahia
já inclui o ataque sobre os flancos
dos deputados Benito Gama, Jonival Lucas Júnior, José Lourenço
e Roland Lavigne, que deixaram o
PFL neste ano.
ACM está nos Estados Unidos e
deve estar de volta na sexta-feira
às 13h. Os carlistas preparam uma
festa para seu chefe, que será recebido pelos parlamentares e prefeitos do Estado.
(FELIPE PATURY)
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