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PMDB só dá apoio
oficial ao governo
com ministério
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB deu ontem demonstrações de que só
comporá oficialmente a base
de sustentação do governo no
Congresso após ter garantida a
participação no primeiro escalão do Executivo, ou seja, tendo
ao menos um ministério.
A Folha apurou que os líderes peemedebistas não aceitam
chancelar o acordo só com o
que foi proposto pelo Planalto
até o momento -a liderança
do governo no Congresso e a
manutenção de cargos federais
nos Estados.
O ministro da Casa Civil, José
Dirceu, já articula um "remanejamento" no ministério como forma de alojar o PMDB, mas a intenção esbarraria no
temor da repercussão negativa
decorrente de uma modificação ministerial com menos de
dois meses de governo.
O PMDB tem a maior bancada de senadores e a terceira
maior de deputados federais.
Sem o acordo, o Planalto tem
apenas a fidelidade da ala que
apoiou Lula na campanha e a
promessa da cúpula da legenda
de apoiar as reformas.
Com o apoio do PMDB, a base governista superaria o número de 60% dos votos de deputados e senadores necessários para aprovar as reformas.
"Dirceu disse que o PMDB
terá uma participação efetiva
no primeiro escalão do governo", disse o senador José Maranhão (PMDB-PB), que se encontrou ontem com o ministro. Segundo Maranhão, Dirceu disse que a inclusão do
PMDB se dará em um "momento próprio", mas que já está estudando um "remanejamento" no ministério.
O presidente do PMDB, deputado Michel Temer, foi ontem à tribuna da Câmara para
dizer que o partido não precisa
fazer parte da base de sustentação para apoiar as reformas.
Segundo ele, há muitos pontos
coincidentes entre o que pensam o governo e o PMDB.
Buscando afastar a idéia de
que o partido estaria exigindo
cargos para aderir ao governo,
Temer disse que o PMDB poderá ir para a base de sustentação de Lula, mas "em um futuro". A Folha apurou que ele só
dará o aval para o acordo quando o partido for um "co-gestor" do governo. Ele não vê
com bons olhos uma alteração
ministerial neste momento.
A intenção é o partido apoiar
informalmente o governo e,
nos próximos meses, integrá-lo
efetivamente.
(RANIER BRAGON E KENNEDY ALENCAR)
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