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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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PMDB só dá apoio oficial ao governo com ministério

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula do PMDB deu ontem demonstrações de que só comporá oficialmente a base de sustentação do governo no Congresso após ter garantida a participação no primeiro escalão do Executivo, ou seja, tendo ao menos um ministério.
A Folha apurou que os líderes peemedebistas não aceitam chancelar o acordo só com o que foi proposto pelo Planalto até o momento -a liderança do governo no Congresso e a manutenção de cargos federais nos Estados.
O ministro da Casa Civil, José Dirceu, já articula um "remanejamento" no ministério como forma de alojar o PMDB, mas a intenção esbarraria no temor da repercussão negativa decorrente de uma modificação ministerial com menos de dois meses de governo.
O PMDB tem a maior bancada de senadores e a terceira maior de deputados federais. Sem o acordo, o Planalto tem apenas a fidelidade da ala que apoiou Lula na campanha e a promessa da cúpula da legenda de apoiar as reformas.
Com o apoio do PMDB, a base governista superaria o número de 60% dos votos de deputados e senadores necessários para aprovar as reformas.
"Dirceu disse que o PMDB terá uma participação efetiva no primeiro escalão do governo", disse o senador José Maranhão (PMDB-PB), que se encontrou ontem com o ministro. Segundo Maranhão, Dirceu disse que a inclusão do PMDB se dará em um "momento próprio", mas que já está estudando um "remanejamento" no ministério.
O presidente do PMDB, deputado Michel Temer, foi ontem à tribuna da Câmara para dizer que o partido não precisa fazer parte da base de sustentação para apoiar as reformas. Segundo ele, há muitos pontos coincidentes entre o que pensam o governo e o PMDB.
Buscando afastar a idéia de que o partido estaria exigindo cargos para aderir ao governo, Temer disse que o PMDB poderá ir para a base de sustentação de Lula, mas "em um futuro". A Folha apurou que ele só dará o aval para o acordo quando o partido for um "co-gestor" do governo. Ele não vê com bons olhos uma alteração ministerial neste momento.
A intenção é o partido apoiar informalmente o governo e, nos próximos meses, integrá-lo efetivamente. (RANIER BRAGON E KENNEDY ALENCAR)


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