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PSDB e PFL subirão tom de oposição
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes do PSDB, José
Aníbal, e do PFL, Jorge Bornhausen, trocaram telefonema ontem
em que fizeram pesadas críticas
ao governo petista de Luiz Inácio
Lula da Silva. Passado o carnaval,
os dois partidos vão manter o
apoio às reformas, mas subir o
tom de oposição.
Segundo Aníbal, que ontem
também presidiu reunião da Executiva Nacional do PSDB, "a cada
dia que passa, o novo governo
mostra que não tem planejamento, não tem rumo, e isso está ficando claro para a sociedade".
Bornhausen cobra propostas
concretas para as reformas e
acrescenta: "Estou espantado
com a rápida perda de prestígio
político do governo do PT".
Durante a reunião da Executiva,
os tucanos enumeraram o que
consideram erros do governo:
"Aparelhamento e a velha tática
de que os fins justificam os
meios". Como "aparelhamento",
Aníbal entende a ocupação maciça de postos-chaves federais por
militantes petistas.
"O critério de nomeações não
foi técnico, profissional, foi só
ideológico", acusou, citando o segundo escalão do Ministério da
Saúde, o Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária) e o Fome Zero.
Em nota oficial, a Executiva tucana criticou o chefe da Casa Civil, José Dirceu (que acusara o governo FHC de deixar uma "herança maldita") e disse que o PT só
sabe "ser estilingue", continua
"montado no palanque" e fez
uma oposição "sistemática, leviana e oposicionista" ao governo
FHC: "Culpar o PSDB a todo momento, como faz o governo federal, é oportunismo nefasto".
O PSDB já distribuiu a todos os
seus deputados e senadores um
folheto acusando o PT de ter causado um prejuízo de R$ 130 bilhões aos cofres públicos por ter
se recusado a votar a reforma da
Previdência nos moldes que agora pretende aprovar.
O PSDB vai reunir no dia 24 de
março os 130 deputados estaduais
do partido e, em abril, separadamente, os governadores e as bancadas na Câmara e no Senado.
"Para ajustar o discurso de oposição", declarou Aníbal.
Bornhausen criticou a política
externa, classificando decisões do
governo de "pequenas provocações desnecessárias". E enumerou: a nomeação do embaixador
Samuel Pinheiro Guimarães, contrário à Alca, para a Secretaria Geral do Itamaraty; a do embaixador
José Bustani para Londres, um
posto-chave, depois que ele bateu
de frente com os EUA; e a "excessiva aproximação" com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Uma política altiva em relação aos EUA é muito diferente da
política externa temerária de provocar o leão com a vara curta."
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