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Lula "apaga" críticas a governo FHC
DA REPORTAGEM LOCAL
A mensagem de abertura dos
trabalhos legislativos lida pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso no último dia 17
continha alterações que substituíram a palavra "desenvolvimento"
-que aparecia na primeira versão do texto- por "estabilidade"
e amenizaram críticas ao governo
Fernando Henrique Cardoso.
A versão preliminar foi descoberta pelo jornal "Valor Econômico", ao copiar o texto distribuído por correio eletrônico pela Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência. Na cópia distribuída, apenas o texto final é visível. Ao copiá-lo para outro arquivo, a versão anterior aparece
com correções anotadas.
Após citar as primeiras medidas
do PT à frente do governo federal,
o texto original dizia: "Esse trabalho, tanto na área econômica
quanto na área social, é uma precondição para que o Brasil reencontre o caminho do desenvolvimento". Na versão corrigida, o
"desenvolvimento" foi substituído por "estabilidade".
Ao justificar uma "transição criteriosa e segura" no campo econômico, o presidente leu que o
Brasil "viveu, no ano passado,
uma crise econômica de grande
vulto, resultando num quadro de
difícil reversão".
Poderia ter lido, caso seguisse a
versão sem as correções, o seguinte: "O Brasil foi levado nos últimos anos a uma situação econômica de extrema vulnerabilidade.
Herdamos um quadro difícil,
muito grave".
O esforço do governo no campo
econômico, diz o texto, resultou
na queda do dólar e do risco Brasil
e na reabertura das linhas de créditos internacionais. Pela versão
editada, esse crédito havia sido reduzido "praticamente a zero no
final do ano passado". No texto
original, lê-se "governo anterior"
no lugar das duas últimas palavras do trecho anterior.
A aparente preocupação dos redatores do discurso do presidente
em bater na tecla da estabilidade
levou-os a acrescentar o seguinte
trecho, ausente do texto original:
"Para nós, a estabilidade econômica não é um fim em si, é precondição para o crescimento da
economia em bases sustentadas".
Foi tomado ainda o cuidado de
omitir os nomes dos EUA e da
Grã-Bretanha, citados no texto
original como tendo uma "determinação de guerra" contra o Iraque. A referência ao possível conflito e suas consequências para a
economia foi mantida.
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