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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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Presidente afirma que cumprirá promessas

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de ser duramente criticado até mesmo por alguns petistas por manter a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que as mudanças estruturais vão acontecer e que o país precisa de um outro modelo econômico.
Em seu discurso na abertura da primeira reunião ordinária do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar), Lula afirmou que as mudanças na economia foram compromissos assumidos e serão cumpridas, sem dar prazo para que isso aconteça.
"As mudanças estruturais deste país vão acontecer, mas isso é como colher fruta. Não adianta ter pressa, colher verde. A gente vai comer, não vai gostar e vai jogar fora. Nós estamos em um processo de amadurecimento."
E continuou: "Todo mundo sabe que precisamos fazer as coisas diferentes do que vinham sendo feitas neste país. Todo mundo sabe que precisamos de um outro modelo econômico, reduzir a taxa de juros, fazer a reforma agrária, gerar empregos, fazer política agrícola. Foi para isso que nós ganhamos. Foram esses compromissos que nós assumimos em praça pública. E são esses compromissos que nós queremos cumprir, e vamos cumpri-los".
Na abertura da reunião, Lula anunciou a escolha de Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para a presidência do Consea. Metalúrgico desde 1978 e em seu terceiro mandato no sindicato, Marinho deverá suceder João Felício na presidência da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Lula explicou que escolheu o sindicalista porque acha que a ação do Consea -órgão consultivo para políticas de segurança alimentar- precisa "ter um grande dirigente político".
Lula usou parte de seu discurso para repetir que a resolução do problema da fome no Brasil não é tarefa fácil e que depende da ajuda da sociedade civil. Pronunciou 26 vezes a palavra "fome", incluindo as duas vezes em que citou o nome do programa.
"Muitas vezes me deparo com notícias, com comentários de que as coisas não estão andando, que estão demorando muito, como se fosse possível, num passe de mágica, acabar com a fome no país. Se fosse fácil assim, esse problema não teria ficado para nós. Alguém teria resolvido antes."
É o segundo dia consecutivo que Lula defende publicamente o programa Fome Zero.
O Consea aprovou ontem, em sua primeira reunião ordinária, uma moção de apoio ao ministro José Graziano (Segurança Alimentar e Combate à Fome) devido a uma frase dita por ele em que vinculou a migração de nordestinos à violência.
Classificando a frase de "infeliz", Luiz Marinho afirmou que Graziano "está sendo crucificado por uma parcela de agentes da sociedade brasileira".


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