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Presidente afirma que
cumprirá promessas
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ser duramente criticado até mesmo por alguns petistas por manter a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse ontem
que as mudanças estruturais vão
acontecer e que o país precisa de
um outro modelo econômico.
Em seu discurso na abertura da
primeira reunião ordinária do
Consea (Conselho Nacional de
Segurança Alimentar), Lula afirmou que as mudanças na economia foram compromissos assumidos e serão cumpridas, sem dar
prazo para que isso aconteça.
"As mudanças estruturais deste
país vão acontecer, mas isso é como colher fruta. Não adianta ter
pressa, colher verde. A gente vai
comer, não vai gostar e vai jogar
fora. Nós estamos em um processo de amadurecimento."
E continuou: "Todo mundo sabe que precisamos fazer as coisas
diferentes do que vinham sendo
feitas neste país. Todo mundo sabe que precisamos de um outro
modelo econômico, reduzir a taxa
de juros, fazer a reforma agrária,
gerar empregos, fazer política
agrícola. Foi para isso que nós ganhamos. Foram esses compromissos que nós assumimos em
praça pública. E são esses compromissos que nós queremos
cumprir, e vamos cumpri-los".
Na abertura da reunião, Lula
anunciou a escolha de Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, para a presidência do Consea. Metalúrgico
desde 1978 e em seu terceiro mandato no sindicato, Marinho deverá suceder João Felício na presidência da CUT (Central Única
dos Trabalhadores).
Lula explicou que escolheu o
sindicalista porque acha que a
ação do Consea -órgão consultivo para políticas de segurança alimentar- precisa "ter um grande
dirigente político".
Lula usou parte de seu discurso
para repetir que a resolução do
problema da fome no Brasil não é
tarefa fácil e que depende da ajuda
da sociedade civil. Pronunciou 26
vezes a palavra "fome", incluindo
as duas vezes em que citou o nome do programa.
"Muitas vezes me deparo com
notícias, com comentários de que
as coisas não estão andando, que
estão demorando muito, como se
fosse possível, num passe de mágica, acabar com a fome no país.
Se fosse fácil assim, esse problema
não teria ficado para nós. Alguém
teria resolvido antes."
É o segundo dia consecutivo
que Lula defende publicamente o
programa Fome Zero.
O Consea aprovou ontem, em
sua primeira reunião ordinária,
uma moção de apoio ao ministro
José Graziano (Segurança Alimentar e Combate à Fome) devido a uma frase dita por ele em que
vinculou a migração de nordestinos à violência.
Classificando a frase de "infeliz", Luiz Marinho afirmou que
Graziano "está sendo crucificado
por uma parcela de agentes da sociedade brasileira".
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