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Governo decide acelerar trabalho de conselho para reformar Previdência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu acelerar o
ritmo de trabalho do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social (CDES) e apresentou ontem pesquisa feita com os seus 84
integrantes sobre a reforma previdenciária em que os principais
pontos defendidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberam aprovação maciça.
O resultado foi apresentado pelo ministro Tarso Genro, secretário-executivo do CDES, como evidência de que a instância poderá
trabalhar mais rápido do que o
previsto anteriormente na aprovação da proposta de reforma. O
ritmo de trabalho agora será duplicado -as próximas reuniões
tomarão a manhã e a tarde, em
vez de meio dia, como ontem.
O CDES tem até maio para enviar a Lula uma proposta fechada,
que deve ser encampada pelo presidente -na prática, como mostra a pesquisa, o conselho não deve criar dificuldades para Lula.
Aceleração
De posse dos dados do levantamento, feito pelo portal do CDES
na internet, o ministro admitiu
que é provável que o ritmo de trabalho acabe sendo acelerado, para
que seja apresentada mais cedo
uma proposta ao presidente.
"Não é impossível que na próxima reunião [daqui a 15 dias] os
conselheiros já digam que estão
em condições de apresentar as diretrizes fundamentais", disse.
O governo mantém a promessa
de negociar a reforma primeiro
no CDES, mas não quer que isso
atrase o envio da proposta ao
Congresso.
Lula também não quer perder o
momento político favorável à reforma, após a reunião de governadores no final de semana, em que
vários pontos de consenso foram
alcançados.
Mesmo uma das questões mais
polêmicas, a cobrança de contribuição dos servidores inativos, foi
admitida pela maioria absoluta
dos conselheiros. São favoráveis
sem ressalvas 29,33% dos entrevistados, e parcela idêntica admite a cobrança em alguns casos.
Apenas 26,67% se manifestaram
contra a proposta, que é bombardeada por diversos sindicatos.
Outro dos pilares da proposta
de reforma do governo, a criação
de um sistema único de Previdência Social, também tem amplo
respaldo no CDES. De acordo
com os dados divulgados, 72% se
mostram favoráveis.
"A pesquisa mostra claramente
que algumas maiorias políticas
estão se formando de maneira rápida em pontos importantes",
disse Tarso. A concordância dos
conselheiros com várias teses defendidas pelo governo não chega
a surpreender. Quase 60% do
CDES tem alguma afinidade política com o PT ou com Lula.
A maioria dos conselheiros
aprovou a reunião, mas com algumas ressalvas. O presidente da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, se mostrou contrário à cobrança de servidores já aposentados. "Descontar de quem já se
aposentou é muito complicado.
Daqui para a frente, sim", disse.
Já a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Ana Lúcia
Gazzola, diz que o calendário das
reuniões era "aflitivo". "Por isso,
resolvemos aumentar o tempo da
reunião, para debater com mais
profundidade."
(FÁBIO ZANINI, MÁRCIO PACELLI E RICARDO WESTIN)
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