São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OAB critica Chinaglia por reforma política

Embora considere positivo colocar tema em pauta, entidade reclama da postura do presidente da Câmara

PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE

O Palácio do Planalto e a OAB consideraram "positiva" a decisão do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de colocar em pauta a reforma política. A OAB, contudo, criticou o modo com que o deputado encaminhou a discussão.
Chinaglia anunciou na sexta-feira que iria colocar o assunto em pauta, o que significa que a reforma, em tese, poderia ser votada já nesta semana. A OAB e o Palácio do Planalto ainda terão uma reunião amanhã para fechar um documento que será enviado ao Congresso.
Como o texto deve ser apresentado aos partidos que apóiam o governo e depois aos líderes da oposição, a proposta pode levar algumas semanas para chegar ao Legislativo.
Os três principais pontos, para o governo, são a fidelidade partidária, o financiamento público de campanhas e o voto em lista (em que a sigla decide, pela ordem, quais políticos gostaria de ver eleitos e o eleitor vota apenas no partido).
Chinaglia tomou a decisão sem consultar os líderes das bancadas dos partidos.
"É um tema difícil, árduo, mas está dado o recado de que em algum momento vamos votar", afirmou o presidente da Câmara, na sexta-feira.

"Equívoco"
Apesar de considerar positiva a nova discussão, a OAB não gostou de ver suas futuras propostas tratadas por Chinaglia como "meras sugestões".
"É um raciocínio totalmente equivocado. Esqueceu o deputado Chinaglia que a Câmara dos Deputados tem como razão de ser escutar a população, escutar o povo", disse o presidente da entidade, Cezar Britto, em entrevista à rádio CBN.
Apesar da crítica a Chinaglia, Britto considerou positiva a retomada da discussão.
A proposta da OAB abrange o fim da reeleição, fidelidade partidária, mais transparência dos gastos públicos, convocação de plebiscitos e referendos pela sociedade e limitação do acesso de partidos "nanicos" aos recursos do fundo partidário.
A entidade propõe também redução do mandato de senadores de oito para quatro anos, financiamento de campanha e mudanças na regra de definição de suplentes.


Texto Anterior: Pernambuco: Polícia prende três por porte de armas em fazenda invadida
Próximo Texto: Lula manda recado ao Uruguai antes de viagem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.