São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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PT discute hoje lista de ministeriáveis

Partido, considerado por Lula o mais difícil de encaixar na reforma, encontra o presidente amanhã para indicar nomes

Ida de Marta Suplicy ao Ministério das Cidades é objeto de conflito com o PP; ex-prefeita é aposta petista para as eleições 2008 e 2010

ADRIANO CEOLIN
PEDRO DIAS LEITE

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Avaliado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o partido mais difícil de se encaixar na reforma ministerial, o PT tenta fechar hoje a lista de nomes que indicará para compor o ministério no segundo mandato.
A Executiva Nacional petista reúne-se às 10h, em Brasília. Amanhã, a principal instância da sigla se encontra com Lula para formalizar a indicação dos ministeriáveis do PT.
A ex-prefeita Marta Suplicy é, ao mesmo tempo, o grande problema para o presidente e a maior aposta eleitoral do PT para 2008 ou 2010.
Ela chegou a ser cotada para a Educação, mas a Executiva vai tentar emplacá-la para a pasta das Cidades, hoje ocupada por Márcio Fortes, do PP.
"No PT e no cenário nacional, Marta desponta como perspectiva de futuro. Seja para disputar a presidência, o governo de São Paulo e até para voltar à Prefeitura", disse a senadora Ideli Salvatti (SC).
Para efetivar Marta, Lula teria de deslocar Fortes para uma pasta com visibilidade e orçamento similares aos das Cidades. Nesse caso, aparece como solução a Agricultura, que não é cota de nenhum aliado.
O problema é que a cúpula do PP não quer deixar Cidades, que ganhou em 2005, logo após a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) à presidência da Câmara. "Para nós, essa mudança [das Cidades para a Agricultura] seria muito ruim. Não quero nem aventar tal possibilidade", disse o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA).
Segundo o deputado, o PT "está colocando o presidente numa situação difícil". "Isso é ruim para a coalizão. Qual partido vai se sentir se seguro? Depois, poderá haver problemas no plenário [da Câmara]."
Um dos responsáveis pelas negociações da reforma, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) minimizou ontem o problema. "A dificuldade não é o PT, é o novo arranjo político, que vai ter de respeitar os espaços de todos os partidos da coalizão. Nenhum dos partidos vai ficar 100% satisfeito, mas todos verão que é o possível."
Segunda vice-presidente do PT, a deputada Maria do Rosário (RS) afirmou, ao comentar a avaliação de Lula sobre as dificuldades apresentadas pelo PT, que ele diz isso pois "conhece bem o partido". "Lula consegue interpretar melhor o PT, suas tendências e seus trâmites."


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