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PT discute hoje lista de ministeriáveis
Partido, considerado por Lula o mais difícil de encaixar na reforma, encontra o presidente amanhã para indicar nomes
Ida de Marta Suplicy ao Ministério das Cidades é objeto de conflito com o PP; ex-prefeita é aposta petista para as eleições 2008 e 2010
ADRIANO CEOLIN
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Avaliado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva
como o partido mais difícil de
se encaixar na reforma ministerial, o PT tenta fechar hoje a
lista de nomes que indicará para compor o ministério no segundo mandato.
A Executiva Nacional petista
reúne-se às 10h, em Brasília.
Amanhã, a principal instância
da sigla se encontra com Lula
para formalizar a indicação dos
ministeriáveis do PT.
A ex-prefeita Marta Suplicy
é, ao mesmo tempo, o grande
problema para o presidente e a
maior aposta eleitoral do PT
para 2008 ou 2010.
Ela chegou a ser cotada para
a Educação, mas a Executiva
vai tentar emplacá-la para a
pasta das Cidades, hoje ocupada por Márcio Fortes, do PP.
"No PT e no cenário nacional, Marta desponta como
perspectiva de futuro. Seja para
disputar a presidência, o governo de São Paulo e até para voltar à Prefeitura", disse a senadora Ideli Salvatti (SC).
Para efetivar Marta, Lula teria de deslocar Fortes para uma
pasta com visibilidade e orçamento similares aos das Cidades. Nesse caso, aparece como
solução a Agricultura, que não é
cota de nenhum aliado.
O problema é que a cúpula do
PP não quer deixar Cidades,
que ganhou em 2005, logo após
a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) à presidência da Câmara. "Para nós, essa mudança
[das Cidades para a Agricultura] seria muito ruim. Não quero
nem aventar tal possibilidade",
disse o líder do PP na Câmara,
Mário Negromonte (BA).
Segundo o deputado, o PT
"está colocando o presidente
numa situação difícil". "Isso é
ruim para a coalizão. Qual partido vai se sentir se seguro? Depois, poderá haver problemas
no plenário [da Câmara]."
Um dos responsáveis pelas
negociações da reforma, o ministro Tarso Genro (Relações
Institucionais) minimizou ontem o problema. "A dificuldade
não é o PT, é o novo arranjo político, que vai ter de respeitar os
espaços de todos os partidos da
coalizão. Nenhum dos partidos
vai ficar 100% satisfeito, mas
todos verão que é o possível."
Segunda vice-presidente do
PT, a deputada Maria do Rosário (RS) afirmou, ao comentar a
avaliação de Lula sobre as dificuldades apresentadas pelo PT,
que ele diz isso pois "conhece
bem o partido". "Lula consegue
interpretar melhor o PT, suas
tendências e seus trâmites."
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