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Marta usou Finatec para fazer livro em 2004
Fundação ligada à UnB editou livro sobre administração de São Paulo durante gestão da petista, em período eleitoral
O então secretário de Subprefeituras, Carlos Zaratinni, diz que Kassab quer desqualificar contratos assinados no governo do PT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Contratada pela Prefeitura
de São Paulo para o desenvolvimento de um novo modelo de
gestão das 31 subprefeituras, a
Finatec, fundação ligada à UnB
(Universidade de Brasília), editou um livro sobre a administração petista em agosto de
2004, ano eleitoral.
Sob o título "Descentralização e Poder Local - A Experiência das Subprefeituras no Município de São Paulo", a publicação conta com apresentação
do então secretário de Subprefeituras, Carlos Zaratinni (PT).
Nela, o hoje deputado aponta a
população como testemunha
de mudanças na cidade.
Esse trecho consta do relatório da corregedoria da prefeitura na tentativa de ilustrar uso
político de contrato feito com a
Finatec na gestão da antecessora, Marta Suplicy (PT).
Parte de um processo de 23
volumes enviado ao Ministério
Público do Estado, o relatório
cita outro trecho do livro, atribuído à página 39.
"A gestão Marta Suplicy conseguiu reverter esse quadro [de
corrupção], pois, segundo Rui
Falcão, então secretário, a simples posse da prefeita já sinalizou para a população que a corrupção, até então entranhada
nas ARs, não teria guarida de
maneira institucionalizada como acontecia", diz esse trecho.
Secretário de Subprefeituras
à época, Zaratinni diz que a Finatec editou dois livros no processo de descentralização.
Um reunia textos sobre a importância da descentralização e
estava no contrato. O outro teria sido feito por conta da Finatec. "Consultei meu chefe-de-gabinete. Ele disse que um foi
pago pela Finatec. Eles queriam fazer propaganda do trabalho", afirma Zaratinni, dizendo não lembrar para qual dos dois fez a apresentação.
O relatório é objeto da briga
entre a gestão de Gilberto Kassab e petistas. Enquanto a equipe do atual prefeito acusa o PT
de explorar politicamente o
contrato, de R$ 12,2 milhões, os
petistas desqualificam o trabalho. Ressaltam que é um documento produzido pelo governo
Serra/Kassab com o objetivo de
desqualificar os contratos assinados no governo Marta.
"A linha política do PSDB foi
abrir processos com o intuito
de não pagar pelos contratos."
A prefeitura deixou de pagar
R$ 2,8 milhões empenhados
para pagamento à Finatec. No
relatório, a prefeitura cita casos
em que um consultor trabalhou
30,1 horas por dia. O contrato
previa R$ 225 a hora trabalhada, num total de 54 mil horas.
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