|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Prestes a deixar o cargo, governador aguarda volta de Tasso dos EUA para compor estrutura de campanha de ampla aceitação
Disputas no PSDB dificultam formação de equipe "alckmista"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL
A menos de uma semana de deixar o Palácio Bandeirantes para se
lançar na corrida presidencial, o
governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, ainda não montou estrutura de campanha. À espera do
presidente nacional do PSDB,
Tasso Jereissati -que volta amanhã dos Estados Unidos- para a
organização de um comitê, o governador dedicou os últimos dias
à conclusão e inauguração de
obras.
Hoje Alckmin deverá definir
quais colaboradores ficam no governo ou deixam o Palácio para se
engajar na campanha. A montagem exige precisão cirúrgica. Alguns dos cotados sofrem seqüelas
da briga entre Alckmin e o prefeito de São Paulo, José Serra, pela
preferência do partido na escolha
do candidato. É o caso do secretário Gabriel Chalita (Educação).
Até por sua atuação em defesa
de Alckmin, Chalita coleciona desafetos. Na disputa entre Serra e
Alckmin, foi ele quem expressou
um argumento saído do Palácio
dos Bandeirantes: que o prefeito
não poderia entregar o cargo a
outro partido, o PFL, a três anos
do fim do mandato.
Na segunda, durante um seminário promovido pelo PFL, a cúpula do partido avaliava, numa
sala, os potenciais candidatos do
PSDB ao governo do Estado. À
mesa, o líder do PFL na Câmara,
Rodrigo Maia (RJ), dizia que o
partido não faria objeção a nenhum dos nomes indicados pelo
PSDB. Foi interrompido pelo presidente da Assembléia, Rodrigo
Garcia: "Com Chalita, difícil".
O isolamento de Chalita pode
ser medido pela quantidade de secretários presentes à sua posse na
Academia Paulista de Letras: um,
Arnaldo Madeira (Casa Civil).
A exposição do secretário acabou pavimentando o caminho do
secretário de Ciência e Tecnologia, João Carlos Meirelles, para a
coordenação do comitê. Meirelles, porém, contrariou o estilo
discreto de Alckmin na semana
passada, ao anunciar compromissos de campanha antes da chegada de Tasso e divulgar os próximos passos do governador.
Com a sinalização de escolha de
Meirelles foi José Henrique Lobo,
amigo de Alckmin, que teria rejeitado a hipótese de integrar a campanha. Segundo tucanos, eles tiveram um desentendimento em
2002. Hoje secretário particular
de Serra, Lobo teria alegado afinidade com o prefeito para recusar
o convite. À Folha, negou ter sido
convidado. "Nego que tenha sido
chamado pelo governador. E, se
for convidado para a coordenação financeira, não vou aceitar."
Segundo um aliado de Alckmin,
ele enfrenta dificuldades para escolher um tesoureiro de campanha. Além de nada dispostos a encarnar o papel exercido por Delúbio Soares no PT, tucanos sondados estariam rejeitando até a idéia
de voltar à cena política.
Uma das preocupações de Alckmin seria a de fazer um contraponto ao PT da crise, oferecendo
uma imagem de austeridade. Por
isso, embora Alckmin esteja disposto a investir na sua "despaulistização", o comitê deverá ocupar
só uma sala da sede do PSDB, em
Brasília, até a convenção.
Só em junho será montado o
novo comitê. Até lá, o Instituto
Teotônio Vilela será encarregado
da consolidação de propostas para um programa de governo.
Na semana que vem, Alckmin
vai a Brasília discutir a campanha
com Tasso e parlamentares do
partido. Sua intenção é confiar a
coordenação ao PSDB. A chamada "república de Pinda" (alusão a
Pindamonhangaba, cidade do governador) ficaria encarregada da
parte operacional.
Serra
Prestes a disputar o governo,
Serra mudará o secretariado. A
Folha apurou que Alberto Goldman vai para a Secretaria de Governo, no lugar de Aloysio Nunes
Ferreira. Andrea Matarazzo sairá
da Secretaria de Serviços e ocupará o lugar de Walter Feldman na
Coordenação das Subprefeituras.
Texto Anterior: Eleições 2006/Publicidade suspeita: Em e-mails, anúncios são chamados de "lixão" Próximo Texto: Elio Gaspari: O seguro de 1975 virou tunga em 2006 Índice
|