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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Governador deixará o cargo na quinta-feira, um dia antes do previsto
Alckmin escolherá procurador-geral antes de renunciar
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que deve
deixar o cargo quinta-feira para
concorrer à Presidência, disse ontem que não repassará para seu
sucessor, Cláudio Lembo (PFL), a
escolha do próximo procurador-geral de Justiça do Estado, cuja
eleição ocorreu ontem. A expectativa é que Rodrigo César Re-
bello Pinho, 49, seja o mais votado
e, por isso, reconduzido ao cargo
para outros dois anos.
Promotores e procuradores
aventavam a hipótese de Alckmin
deixar a escolha para o sucessor, o
que ele garantiu que não ocorrerá.
O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho,
que é promotor afastado, e o procurador-geral em exercício, Fernando José Marques, anunciaram
que repassariam a lista com os
três candidatos mais votados ainda ontem para o governador.
A votação ocorreu na capital e
em 11 regionais. Eram esperados
1.694 promotores e procuradores
com direito a voto. Duas urnas, a
de Ribeirão Preto e a de Franca,
deveriam chegar à sede do Ministério Público somente às 21h, o
que atrasaria a apuração. O resultado da votação pode ser conferido no site www3.mp.sp.gov.br/eleicaopgj/index.htm.
Tradição
Os quatro candidatos acompanharam a votação na sede do Ministério Público. Carlos Mund,
que faz oposição a Pinho, disse a
promotores que estava convicto
de que será o escolhido por Alckmin, mesmo que não seja o mais
votado. Pela tradição, o governador opta pelo mais votado. Mas
essa regra já foi quebrada no passado pelo governador Mario Covas. Ontem, Alckmin evitou afirmar se escolheria o mais votado.
"Vou esperar a lista", disse.
Além de Pinho e de Mund, deverá integrar a lista tríplice o ex-diretor da Escola Superior do Ministério Público Luís Daniel Cintra. O quarto candidato é René
Pereira de Carvalho, associado
mais ao grupo de Pinho.
Palocci
Alckmin informou ontem que
deixará o cargo na quinta-feira,
um dia antes do previsto, para
que sua renúncia seja publicada
na sexta no "Diário Oficial" -o
jornal não circula no sábado. A
sexta é o último dia para que candidatos nas próximas eleições se
desincompatibilizem.
Alckmin também comentou a
declaração do ministro Antonio
Palocci de que a atual crise política se deve às eleições. "Entendo
que a braveza, ela deve ser não
com a oposição, deve ser com o
fato, que é grave. Mais do que a
quebra de sigilo [do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que
contradisse Palocci na CPI dos
Bingos], foi a violação de dados de
um cidadão, de um caseiro que
representa todo o povo brasileiro", afirmou.
Sobre a possível candidatura do
prefeito José Serra ao governo,
afirmou que "o clima é muito positivo" e que a decisão deve sair na
próxima semana.
Alckmin visitou ontem três partes da capital, concedeu autógrafos e recolheu todo o lixo que encontrou pelo caminho. O tucano
pegou o metrô para ir do parque
Villa-Lobos ao parque da Água
Branca. Na estação Santa Cruz, se
encontrou com Serra. O prefeito
anunciou ontem a implantação
do bilhete único em mais oito estações de metrô.
Durante inauguração de túnel
ontem em Itaquera, zona leste de
São Paulo, Serra criticou o governo federal. "Nós somos servidores
públicos, prefeito, governador,
presidente da República, precisa
ser servidor do povo. Infelizmente isso não acontece na esfera federal, mas sim acontece na esfera
estadual e no município. Nós somos servidores da população de
São Paulo e de Itaquera", disse.
Quando o prefeito entrou no túnel, ouvia-se gritos de "Serra governador" de seus apoiadores.
Colaboraram FABIANE LEITE, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO E LETÍCIA DE CASTRO, da Reportagem Local
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