São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/ALIANÇAS

Chapa seria opção para eleitores descontentes com Lula, além de quebrar polarização PT-PSDB e fortalecer candidatura de Heloísa Helena

PSOL, PSTU e PCB querem frente de esquerda

Lula Marques - 08.nov.05/ Folha Imagem
Heloísa Helena, que pode ser candidata à Presidência pelo PSOL, em sessão da CPI dos Bingos


FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

PSOL, PSTU e PCB estão negociando a formação de uma frente reunindo a "esquerda socialista brasileira" e movimentos sociais, para enfrentar PT e PSDB nas eleições presidenciais.
Os principais objetivos da aliança seriam dar suporte à candidatura da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) à Presidência da República, tentar quebrar a polarização entre PT e PSDB e conquistar o voto de eleitores do PT decepcionados com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
"A melhor forma de apresentar e construir uma alternativa de esquerda nas eleições é unindo as diversas forças da esquerda socialista brasileira", disse o presidente do PSTU, José Maria de Almeida.
Segundo ele, o partido aprovou a formação da frente em convenção, no último dia 12, e encaminhou a proposta ao PSOL. O PSTU, disse, aceita apoiar Heloísa Helena, mas quer a vaga de vice.
O deputado Ivan Valente (SP), membro da Executiva Nacional do PSOL e vice-líder do partido na Câmara, afirmou que a aliança com o PCB já está praticamente fechada, mas o acordo com o PSTU ainda não foi consolidado.
Valente disse que o PSOL ainda negocia uma aliança com o PDT, mas as decisões só devem sair após a definição sobre a verticalização. Uma das propostas é ter o senador Jefferson Péres (PDT-AM) como vice.
"A aliança mais importante que poderíamos fazer, do ponto de vista do tempo de televisão e estruturação partidária, seria com o PDT. Mas, se a verticalização for mantida, será difícil um acordo. O PDT nacionalmente é uma coisa, tem um projeto. Já nos Estados, tem algumas características contraditórias ao programa e ideologia do PSOL. Em São Paulo, por exemplo, seria impossível uma aliança com o Paulinho da Força", completou o deputado, referindo-se ao presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, principal nome do PDT paulista.

Estados
Segundo Valente, para a disputa nos Estados o partido já tem três nomes definidos: para o governo do Rio de Janeiro, o ex-deputado Milton Temer; para o Pará, o ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues; e, para São Paulo, o economista e ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio.
Sampaio disse que apoia a criação da frente de esquerda com partidos "realmente socialistas", o que não inclui o PDT. "O PDT não tem nada de socialista", disse.
"O importante para o Brasil hoje é a nitidez. O problema todo do Brasil é a confusão que fica na cabeça das pessoas, que não sabem se o Lula é ou não de esquerda. Se nós nos aliarmos ao PDT, vamos estar contribuindo para aumentar essa confusão. Temos que dizer claramente aos eleitores que, ao votarem no PSOL, estarão optando por uma proposta de esquerda", afirmou.
A reportagem tentou falar com a senadora Heloísa Helena sobre o assunto. Anteontem, ela pediu que as perguntas fossem enviadas por e-mail, o que foi feito, mas a senadora não enviou as respostas até a noite de ontem.


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