São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Fumaça branca

O novo procurador-geral de Justiça de São Paulo será Fernando Grella, 51, primeiro colocado na lista tríplice submetida a José Serra após a eleição da classe, em 15 de março. A escolha do governador, publicada hoje no "Diário Oficial", põe fim a um período de 12 anos em que o ex-procurador-geral Luiz Antonio Marrey, hoje secretário da Justiça, comandou o Ministério Público ou teve no posto um aliado. Rodrigo Pinho, atual titular, apoiava oficialmente José Oswaldo Molineiro, que ficou em segundo lugar na eleição.
De início resistente a Grella -a lei não obriga o governador a nomear o primeiro da lista-, Marrey terminou por defender essa como a melhor opção. Foi ele quem, ontem à noite, deu a notícia ao procurador.

Alhures. Geraldo Alckmin não irá amanhã ao ato tucano em defesa de sua candidatura a prefeito. "Como não fui ao anterior", lembra o ex-governador. Na hora do evento, ele estará palestrando em Ribeirão Preto, interior paulista.

Local. Alckmin diz que tem conversado "raramente" com Aécio Neves. "Quem tentar impor a 2008 a lógica de 2010 vai se dar mal. A eleição de SP tem importância em si."

ER. A tensão entre as alas pró-Alckmin e pró-Kassab abala a saúde dos tucanos. Depois do presidente do diretório municipal, José Henrique Reis Lobo, que passou mal na semana passada, foi a vez do secretário Walter Feldman (Esportes) baixar ontem no hospital com uma crise de estresse que lhe atingiu os rins.

Ainda pulsa. O PT não vai desmobilizar sua campanha contra a venda da Cesp. Depois do cancelamento do leilão, o líder da bancada na Assembléia paulista, Roberto Felício, alega que o governo paulista poderá usar o resultado negativo para justificar queda no valor da empresa.

Não é parente. Repórteres abordaram Tarso Genro, que foi a Alagoas assinar convênios, em busca de opinião sobre a possível aliança PT-PSDB em Belo Horizonte. O ministro da Justiça não quis se estender sobre o assunto. "Além do mais", concluiu, "eu não sou pai de nada. Sou só genro do Pronasci".

Ruim para nós. A Mensagem ao Partido, ala petista liderada por Tarso Genro, foi a mais enfática na oposição ao acordo com os tucanos em torno de um candidato único em Belo Horizonte durante a reunião, anteontem, do diretório nacional da sigla.

Bom para ele. Já petistas próximos a José Dirceu, adversário de Tarso, operaram na reunião a favor da aliança que beneficiaria o tucano Aécio Neves. "O que é ruim para o Serra é bom para nós", justificou o ex-ministro em sua recente festa de aniversário.

Barata voa 1. No corre-corre promovido pelos tucanos para quebrar sigilos de Deus e o mundo na CPI dos Cartões Corporativos, entrou na roda um pedido relativo ao senador Marco Maciel (DEM-PE), que foi vice de FHC.

Barata voa 2. Informado do pedido, Maciel, que na hora estava na CCJ do Senado, foi curto no comentário sobre os cartões: "Tínhamos três. Nunca foram usados".

Caronista. O boletim eletrônico de Gilmar Machado (PT-MG) surfa na onda de inaugurações do PAC. Ao lado da foto do deputado aparece uma estrada em pavimentação e o slogan, nesta ordem: "Gilmar e Lula transformam Minas em canteiro de obras".

Visita à Folha. Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Jadiel Oliveira, chefe do escritório do ministério em São Paulo, de Ricardo Neiva Tavares, assessor especial, de Nilo Dytz Filho, assessor, e de Bárbara Bélkior, assessora.

Tiroteio

"Aécio Neves e Fernando Pimentel que ponham suas barbas de molho. A Prefeitura de Belo Horizonte não pode ser tratada como um cargo comissionado do governador ou do prefeito."


Do deputado federal ROBERTO FREIRE (PE), presidente do PPS, sobre a formação de uma chapa apoiada pelo governador tucano e o prefeito petista para disputar a eleição na capital mineira.

Contraponto

Tortura Nunca Mais

No final da década de 80, em campanha para deputado estadual, o hoje federal Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB-ES) costumava cantar no encerramento dos comícios. As músicas de Raul Seixas eram destaque em seu repertório.
Anos depois, quando administrava Vitória, ele foi a uma festa no município vizinho de Serra. O prefeito local o chamou ao palanque e, depois dos discursos, anunciou:
-Agora o prefeito de Vitória vai dar uma palhinha...
Em frente ao palco, um mendigo se pôs a gritar:
-"Maluco Beleza" de novo não!
Foi quando Velloso Lucas se deu conta de que estava mais do que na hora de mudar o disco.


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