São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Tucano condena candidatura própria em SP

Almeida Rocha - 23.dez.2005/Folha Imagem
José Serra, Geraldo Alckmin e Walter Feldman (à dir.) em 2005


DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, enviou a cerca de 4.000 militantes do PSDB uma carta em que defende, ainda que sem explicitar, a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM). No documento, o secretário de Kassab fala da "fragilidade" dos fundamentos de uma candidatura própria do PSDB e critica "as ambições pessoais e as rivalidades de grupos" que influem no partido.
Feldman insiste ainda que "no município de São Paulo o PSDB é governo" e afirma que a candidatura do ex-governador paulista Geraldo Alckmin será "de oposição a Kassab".
"Teremos uma situação surrealista: um candidato do PSDB que não defende a gestão do PSDB", diz Feldman, acrescentando: "Temo que o povo nos cobre um preço alto pelo nosso oposicionismo de última hora".
Procurado pela Folha, Feldman disse que essa era uma carta endereçada ao partido e reafirmou que consideraria uma "injustiça" a ruptura da administração José Serra/Gilberto Kassab. Segundo Feldman tem repetido, "quando o deputado Sílvio Torres defende a candidatura própria, despreza avanços na cidade".
Já na carta, Feldman lista cargos ocupados por tucanos na esfera municipal, afirma que Kassab cumpriu o programa idealizado pelo hoje governador José Serra e pergunta em "em nome de quais valores, princípios, interesses" o partido irá jogar a aliança "para o ar". "Até agora a fragilidade dos fundamentos daquela que poderia vir a ser a plataforma política da candidatura própria é insuficiente", afirma.
Segundo Feldman, a ressonância da defesa da candidatura própria "se esgota num ambiente puramente partidário". "Afinal, que tipo de comoção poderia despertar no espírito do paulistano médio o argumento das virtudes mercadológicas do uso do número 45 pelo candidato majoritário para efeito da eleição de uma bancada de vereadores?". Ele diz que a candidatura própria é desejável, mas que "esta é uma escolha que se situa no terreno da tática eleitoral".

Pesquisas
Para minimizar o papel das pesquisas para a escolha de candidato a prefeito, Feldman alega que não podem ser "critério absoluto, capaz de afastar toda e qualquer consideração e de justificar quebra de compromissos, sob pena de descambar para o oportunismo. Se assim fosse, o candidato do PSDB nas últimas eleições para presidente não teria sido Geraldo Alckmin, e sim José Serra".
Da chamada ala serrista do PSDB, Feldman lembra ainda que, em Minas, o PSDB discute uma aliança com o PT: "Estaria Aécio liquidando o partido mineiro, descumprindo um pretenso "princípio partidário'?"
Em conversas, Feldman tem questionado por que o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, é tão enfático na defesa de candidatura própria em São Paulo, mas permite a costura em Minas. Um dos articuladores da candidatura de Alckmin, o deputado Duarte Nogueira não quis comentar: "Todo mundo já sabe o que o Feldman pensa".


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