|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aécio vê aliança em Minas como projeção para 2010
Em análises reservadas, tucano crê que debate sobre pacto com PT lhe dá visibilidade
Governador avalia é que sua imagem é relacionada à do diálogo político, enquanto José Serra é visto como o candidato que confronta PT
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Potencial candidato a presidente em 2010, o governador
tucano Aécio Neves (MG) avalia que a polêmica sobre a possível aliança com o PT na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte fez com que conseguisse
equilibrar a disputa interna no
PSDB para definir o candidato
do partido à sucessão de Lula.
Segundo a Folha apurou, Aécio considera que nos últimos
meses o governador José Serra
(SP), seu concorrente dentro
do PSDB na indicação para a
disputa pelo Planalto, havia
conseguido maior evidência
-principalmente devido a sua
vantagem em pesquisas pré-eleitorais- e, por isso, ganhado
mais pontos na corrida tucana.
Mas Aécio acha que, à medida que a aliança com o prefeito
Fernando Pimentel (PT) foi ganhando visibilidade fora de Minas, seu nome voltou a aparecer de forma acentuada no cenário político nacional, o que
traz novo equilíbrio no jogo
que trava contra Serra.
O governador mineiro adota
o discurso do "diálogo", da
"construção de pontes". Ele
considera que os episódios de
Belo Horizonte e também o do
Rio de Janeiro -onde a aliança
PSDB-PPS-PV em torno do deputado federal Fernando Gabeira (PV) para disputar a prefeitura carioca teve ativa participação dele -estão fortalecendo a imagem que busca.
O tucano acha ainda que, no
outro extremo, suas ações em
busca dos acordos e das coalizões eleitorais poderão jogar
para Serra a imagem de candidato do confronto com o PT, o
que pode ser desgastante. E entende que isso pode até ser reforçado pelo fato de, na disputa
em São Paulo, Serra não estar
conseguindo evitar o confronto
entre Geraldo Alckmin (PSDB)
e Gilberto Kassab (DEM).
Na disputa tucana, Aécio diz
que Serra leva vantagem pelo
fato de ser o líder das pesquisas
de intenção de votos, além de
ter muitas qualidades para o
cargo. Mas o mineiro considera
que ainda tem muito campo a
percorrer e que ao final de
2009 poderá estar em um patamar melhor nas pesquisas.
Defensor das prévias no
PSDB, Aécio vai assim tentando se viabilizar, ancorado cada
vez mais na aliança com o PT.
Ele vislumbra que a direção nacional petista não vetará a coalizão em BH por não haver nela
compromissos para 2010.
Para Aécio, é uma "aliança
com a cidade".
Após o PT anunciar que irá
centralizar na Executiva Nacional a palavra final sobre a
aliança PSDB-PT em BH, Pimentel disse ontem que se
mantém "confiante com a vitória da tese" da aliança que defende com Aécio, formada em
torno de um candidato de um
partido neutro, o PSB.
"Entendo que não houve
proibição ou impedimento à
tese que defendo", disse Pimentel. Ele vê na "cautela" da
direção nacional algo "perfeitamente compreensível".
Texto Anterior: Tucano condena candidatura própria em SP Próximo Texto: Berzoini apela para Patrus ser candidato em BH Índice
|