São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Aécio vê aliança em Minas como projeção para 2010

Em análises reservadas, tucano crê que debate sobre pacto com PT lhe dá visibilidade

Governador avalia é que sua imagem é relacionada à do diálogo político, enquanto José Serra é visto como o candidato que confronta PT

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Potencial candidato a presidente em 2010, o governador tucano Aécio Neves (MG) avalia que a polêmica sobre a possível aliança com o PT na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte fez com que conseguisse equilibrar a disputa interna no PSDB para definir o candidato do partido à sucessão de Lula.
Segundo a Folha apurou, Aécio considera que nos últimos meses o governador José Serra (SP), seu concorrente dentro do PSDB na indicação para a disputa pelo Planalto, havia conseguido maior evidência -principalmente devido a sua vantagem em pesquisas pré-eleitorais- e, por isso, ganhado mais pontos na corrida tucana.
Mas Aécio acha que, à medida que a aliança com o prefeito Fernando Pimentel (PT) foi ganhando visibilidade fora de Minas, seu nome voltou a aparecer de forma acentuada no cenário político nacional, o que traz novo equilíbrio no jogo que trava contra Serra.
O governador mineiro adota o discurso do "diálogo", da "construção de pontes". Ele considera que os episódios de Belo Horizonte e também o do Rio de Janeiro -onde a aliança PSDB-PPS-PV em torno do deputado federal Fernando Gabeira (PV) para disputar a prefeitura carioca teve ativa participação dele -estão fortalecendo a imagem que busca.
O tucano acha ainda que, no outro extremo, suas ações em busca dos acordos e das coalizões eleitorais poderão jogar para Serra a imagem de candidato do confronto com o PT, o que pode ser desgastante. E entende que isso pode até ser reforçado pelo fato de, na disputa em São Paulo, Serra não estar conseguindo evitar o confronto entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM).
Na disputa tucana, Aécio diz que Serra leva vantagem pelo fato de ser o líder das pesquisas de intenção de votos, além de ter muitas qualidades para o cargo. Mas o mineiro considera que ainda tem muito campo a percorrer e que ao final de 2009 poderá estar em um patamar melhor nas pesquisas.
Defensor das prévias no PSDB, Aécio vai assim tentando se viabilizar, ancorado cada vez mais na aliança com o PT. Ele vislumbra que a direção nacional petista não vetará a coalizão em BH por não haver nela compromissos para 2010.
Para Aécio, é uma "aliança com a cidade".
Após o PT anunciar que irá centralizar na Executiva Nacional a palavra final sobre a aliança PSDB-PT em BH, Pimentel disse ontem que se mantém "confiante com a vitória da tese" da aliança que defende com Aécio, formada em torno de um candidato de um partido neutro, o PSB.
"Entendo que não houve proibição ou impedimento à tese que defendo", disse Pimentel. Ele vê na "cautela" da direção nacional algo "perfeitamente compreensível".


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