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PAUTA TRANCADA
Governo modifica proposta sobre MPs e oposição reclama
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo apresentou ontem uma nova proposta para
a tramitação de medidas provisórias, que pode fazer com
que elas fiquem no Congresso por até 205 dias. A sugestão não agradou os oposicionistas, que mantiveram a obstrução na Câmara. Com o
impasse, os deputados não
conseguiram votar nenhuma
das 13 MPs que trancam a
pauta da Casa.
Na proposta apresentada
ontem, a base aceita o fim do
trancamento de pauta (mecanismo em que as medidas
têm prioridade sobre os outros projetos) em troca de
um prazo maior para a tramitação das MPs. O relator
da proposta, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ),
disse ter acatado a sugestão
do governo, mas confirmou
que ainda pode haver mudanças em seu texto final.
"Com este prazo (de 205
dias) a gente não aceita nem
conversar", afirmou o líder
do DEM, deputado Antônio
Carlos Magalhães (BA).
O líder do governo na Câmara, deputado Henrique
Fontana (PT-RS), classificou
a atitude da oposição como
"radical e irracional". "Estamos sentados e dispostos a
conversar, mas eles não aceitam nada. Daqui a pouco vão
querer sentar na cadeira do
presidente Lula", disse.
Segundo Picciani, o acordo
feito com a base prevê um
prazo de tramitação para as
MPs de até 120 dias na Câmara, 45 no Senado, com
mais dez dias para os deputados votarem eventuais mudanças feitas pelos senadores. Se a MP deixar de ser o primeiro item da pauta do
plenário, o prazo de validade
deixaria de ser contado por
até 30 dias. Atualmente, a
medida provisória tem validade de 120 dias e tranca a
pauta 45 dias após a edição.
Outro ponto polêmico na
mudança no rito de votação
das medidas trata da edição
de MPs de crédito extraordinário. A oposição quer vetá-las, mas a idéia enfrenta resistência pela base do governo.
(MARIA CLARA CABRAL)
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