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QUESTÃO INDÍGENA
Prefeitura está cadastrando as famílias e pede verba para a construção de casas populares
Na fuga, expulsos carregam até fogão
da Agência Folha, em Banzaê (BA)
Expulsos de suas casas pelos índios, os moradores dos povoados
de Banzaê lembram os retirantes
da seca. Eles caminham quilômetros carregando seus pertences nas
mãos e na cabeça até encontrar o
local designado pela prefeitura.
"Os índios queriam ocupar a minha casa imediatamente e só deu
tempo de carregar o fogão", disse
Elenilda Silva Moraes, 19.
Durante três horas ontem, Elenilda e seu filho Redinelson Moraes, 3, caminharam sob uma temperatura de 35 graus até a área onde foram erguidas as barracas pelo
Exército.
O agricultor Antonio Dantas de
Jesus, 33, teve mais sorte. Ele conseguiu levar para um abrigo provisório geladeira, televisão, panelas
e sua cama. "Gastei R$ 7.000 para
construir a casa, e a Funai estabeleceu uma indenização máxima de
R$ 4.000. Só quero saber quem vai
bancar meu prejuízo."
Cadastramento
A Prefeitura de Banzaê espera
concluir até amanhã o cadastramento de todas as famílias que foram obrigadas a abandonar suas
casas.
"Vamos assentar prioritariamente as famílias que têm filhos
pequenos e em idade escolar", disse a prefeita Jailma Alves Dantas.
A prefeita encaminhou ontem
um ofício ao governador Paulo
Souto (PFL), 54, pedindo a liberação de uma verba emergencial para a construção de 200 casas populares no município.
O coronel da Polícia Militar
Aloysio Campos Filho disse ontem
que os índios não serão retirados
das áreas invadidas. "O governo
federal já demarcou a área há 16
anos e agora tem de cumprir a
promessa de pagar as indenizações aos antigos moradores", disse.
(LUIZ FRANCISCO)
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