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"Não haverá confronto entre Poderes"
da Sucursal de Brasília
O presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) negou
ontem que a CPI implique risco
institucional. "Não haverá confronto entre os Poderes", afirmou.
A CPI, segundo ele, deverá devolver ao Judiciário a "confiabilidade inquestionável de que sempre deve desfrutar, mas que hoje se
encontra muito abalada".
Em seu discurso, fez muitas críticas, mas também reconheceu que
o Judiciário forte é "pilar da democracia" e que grande parte dos magistrados é composta por "homens
sérios, dignos e incorruptíveis".
"Quero construir e não destruir."
ACM afirmou, no entanto, que as
denúncias que recebeu contra juízes e tribunais revelam um "Judiciário corruptível, sujo ou que não
trabalha". Considerou o nepotismo como uma "praga que contamina juizados e tribunais".
Com base em dados colhidos na
área técnica do governo, ACM disse que as despesas com pessoal do
Judiciário cresceram 760% em 12
anos (de 1989 a 99), enquanto as da
União aumentaram em 224% e no
Legislativo, 295%.
A Justiça do Trabalho, que chamou de "excrescência do Estado
fascista", foi a mais criticada. ACM
propôs uma reforma sem deixar as
"demandas trabalhistas desamparadas" e disse que o cargo de juiz
classista deve ser "suprimido".
Segundo ACM, a Justiça do Trabalho consome quase a metade de
todo o orçamento do Judiciário da
União, que é de R$ 7,2 bilhões.
O TRT (Tribunal Regional do
Trabalho) de São Paulo terá de gastar mais cerca de R$ 40 milhões para concluir um prédio no qual diz
já ter investido R$ 228,8 milhões,
em valores atualizados -um dos
pontos criticados por ACM.
O senador acusou o vice do Tribunal Superior do Trabalho, Almir
Pazzianotto, de praticar nepotismo. ACM defendeu o fim do sigilo
na tramitação dos processos envolvendo juízes, o chamado "segredo de Justiça".
A oposição criticou ACM. "Hoje
não é um momento histórico, não
é importante. Talvez seja um momento grave, e o futuro poderá dizer que aqui cometemos uma irresponsabilidade democrática",
disse Roberto Freire (PPS-PE).
José Eduardo Dutra (PT-SE) rebateu os principais pontos do discurso de ACM com exemplos
ocorridos no próprio Legislativo.
Como contraponto à lentidão do
Judiciário, Dutra citou os vetos do
presidente que têm de ser apreciados até 30 dias após sua leitura. Há
vetos parados desde 94.
Sobre o nepotismo, Dutra lembrou que em 1995 ACM votou contra projeto de lei que proibia a prática nos Três Poderes.
Dutra afirmou que as obras faraônicas citadas pelo presidente
do Congresso tiveram aval da Casa, pois as verbas saíram no Orçamento Geral da União, aprovado
pelo Legislativo todos os anos.
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