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SAIBA MAIS
Donos de empresas moram em áreas de classe média e favela
DA SUCURSAL DO RIO
Os donos das três empresas
fluminenses que doaram um
total de R$ 400 mil à pré-campanha de Anthony Garotinho
(PMDB) à Presidência moram
em áreas de classe média, média baixa e até em favelas. Há
ainda endereços inexistentes,
incompletos e desatualizados,
fornecidos a órgãos do Estado.
Desde segunda-feira a Folha
tenta ouvir os sócios das empresas Inconsul Informática e
Consultoria de Projetos e Emprin Empresa de Projetos de
Informática. A terceira empresa é a Virtual Line Projetos e
Consultoria de Informática,
que tinha como sócio, até dia 5,
o presidiário José Onésio Rodrigues Ferreira, que cumpre
pena por assalto no complexo
penitenciário de Bangu (zona
oeste do Rio), conforme a Folha revelou ontem.
Sócio da Inconsul e da Emprin, o técnico de contabilidade
Estefano Bezerra da Silva não
aparece em casa desde segunda-feira, disse por telefone uma
mulher que não se identificou.
A Inconsul doou R$ 150 mil a
Garotinho. A Emprin, R$ 200
mil. Silva mora com o pai em
um apartamento no segundo
dos cinco andares de um prédio modesto na rua Lins de
Vasconcelos (zona norte).
O lugar é movimentado:
além de ser rota de ônibus que
cruzam o subúrbio carioca, ao
lado do prédio funciona um
boteco famoso por ter as refeições mais baratas do bairro.
Sócio de Silva na Inconsul, o
professor Marcos André Coutinho forneceu à Junta Comercial o seguinte endereço incompleto: "rua Iracema de
Alencar, na cidade do Rio de
Janeiro". Fechada por portões
em suas duas pontas, a rua fica
no bairro da Taquara (zona
oeste). É habitada por famílias
de classe média. Porteiro do lugar há oito anos, José Faustino
disse à Folha que ninguém
com aquele nome mora ali.
O real endereço de Coutinho
fica a pelo menos 50 km da Taquara. Ele mora na rua Iracema
de Alencar, mas no município
de São Gonçalo (região metropolitana). A casa, por onde se
chega por uma estradinha de
terra em meio a uma favela em
crescimento, estava fechada
desde segunda-feira, disseram
vizinhos à Folha.
O protético Nildo Jorge Nogueira Raja é sócio de Silva na
Emprin. Seu endereço na Junta
Comercial está desatualizado.
Há dois anos ele deixou a casa
em uma área de classe média
baixa na avenida dos Mananciais (zona oeste). A casa é habitada há dois meses por um
casal de idosos. Entre a saída de
Raja e a chegada do casal, morou no imóvel um policial conhecido como Abreu.
No alto do morro do Tuiuti
(São Cristóvão, zona norte),
mora Sarajane Luz Costa, ex-mulher do presidiário e sócia
fundadora da Virtual Line.
Quando solto, Rodrigues Ferreira morava em uma vila, num
dos acessos à favela.
(ST)
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