São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 2006

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Donos de empresas moram em áreas de classe média e favela

DA SUCURSAL DO RIO

Os donos das três empresas fluminenses que doaram um total de R$ 400 mil à pré-campanha de Anthony Garotinho (PMDB) à Presidência moram em áreas de classe média, média baixa e até em favelas. Há ainda endereços inexistentes, incompletos e desatualizados, fornecidos a órgãos do Estado.
Desde segunda-feira a Folha tenta ouvir os sócios das empresas Inconsul Informática e Consultoria de Projetos e Emprin Empresa de Projetos de Informática. A terceira empresa é a Virtual Line Projetos e Consultoria de Informática, que tinha como sócio, até dia 5, o presidiário José Onésio Rodrigues Ferreira, que cumpre pena por assalto no complexo penitenciário de Bangu (zona oeste do Rio), conforme a Folha revelou ontem.
Sócio da Inconsul e da Emprin, o técnico de contabilidade Estefano Bezerra da Silva não aparece em casa desde segunda-feira, disse por telefone uma mulher que não se identificou.
A Inconsul doou R$ 150 mil a Garotinho. A Emprin, R$ 200 mil. Silva mora com o pai em um apartamento no segundo dos cinco andares de um prédio modesto na rua Lins de Vasconcelos (zona norte).
O lugar é movimentado: além de ser rota de ônibus que cruzam o subúrbio carioca, ao lado do prédio funciona um boteco famoso por ter as refeições mais baratas do bairro.
Sócio de Silva na Inconsul, o professor Marcos André Coutinho forneceu à Junta Comercial o seguinte endereço incompleto: "rua Iracema de Alencar, na cidade do Rio de Janeiro". Fechada por portões em suas duas pontas, a rua fica no bairro da Taquara (zona oeste). É habitada por famílias de classe média. Porteiro do lugar há oito anos, José Faustino disse à Folha que ninguém com aquele nome mora ali.
O real endereço de Coutinho fica a pelo menos 50 km da Taquara. Ele mora na rua Iracema de Alencar, mas no município de São Gonçalo (região metropolitana). A casa, por onde se chega por uma estradinha de terra em meio a uma favela em crescimento, estava fechada desde segunda-feira, disseram vizinhos à Folha.
O protético Nildo Jorge Nogueira Raja é sócio de Silva na Emprin. Seu endereço na Junta Comercial está desatualizado. Há dois anos ele deixou a casa em uma área de classe média baixa na avenida dos Mananciais (zona oeste). A casa é habitada há dois meses por um casal de idosos. Entre a saída de Raja e a chegada do casal, morou no imóvel um policial conhecido como Abreu.
No alto do morro do Tuiuti (São Cristóvão, zona norte), mora Sarajane Luz Costa, ex-mulher do presidiário e sócia fundadora da Virtual Line. Quando solto, Rodrigues Ferreira morava em uma vila, num dos acessos à favela.
(ST)


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