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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Para Cesar Maia, conflito de interesses pode impedir pefelista de concorrer a vice de Alckmin
Após ameaça do PFL, PSDB reage para salvar aliança
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As lideranças do PSDB e do PFL
no Congresso se lançaram ontem
numa operação para tentar neutralizar as declarações do prefeito
do Rio, Cesar Maia (PFL), de que
a aliança entre os dois partidos
corre o risco de não vingar.
Irritado com a repercussão no
Congresso da declaração de Maia,
o presidente do PSDB, senador
Tasso Jereissati (CE), passou o dia
tentando debelar impasses regionais que vêm agravando a crise
entre as siglas em torno da pré-candidatura do tucano Geraldo
Alckmin à Presidência.
A principal articulação de Tasso
ocorreu pela manhã, em reunião
com os senadores Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) e José Agripino (PFL-RN) e o deputado
ACM Neto (PFL-BA). Tasso informou que o PSDB não terá candidato próprio ao governo da Bahia, à revelia do diretório estadual, e que Alckmin apoiará a reeleição do pefelista Paulo Souto.
A Bahia é um dos Estados apontados como mais complicados
para a união. Os outros são Sergipe, Maranhão e Alagoas. Nos bastidores, tucanos diziam ontem
que até o final da semana o PSDB
também cederá em Sergipe.
O auxílio de ACM para desatar
os nós regionais do PFL não só solucionaria o impasse local como
também fortaleceria a indicação
de Agripino -preferido da maioria da cúpula do PSDB e de
ACM- para a vice de Alckmin.
Tasso voltou ontem a desautorizar Maia que, na véspera, afirmou
que talvez "melhor seja que o PFL
não tenha candidato a vice" e tenha "flexibilidade" para alianças.
"Qualquer problema do PSDB é
levado ao presidente [do PFL, Jorge] Bornhausen por mim e qualquer problema do PFL é trazido a
mim", reagiu Tasso, numa resposta à nota divulgada pelo ex-blog do prefeito: "Mas Tasso! Se
até no Ceará seu grupo está
apoiando o candidato do PSB -
irmão de Ciro Gomes - contra o
governador do PSDB! Imagine
em relação ao PFL!".
Alckmin chegou no fim da tarde
a Brasília, onde teve agenda intensa de reuniões. Antes da primeira
delas, com Bornhausen, minimizou a crise. "É natural que existam
dificuldades. Os problemas são
singularidades estaduais." Para
Bornhausen, "a indicação do vice
é uma possibilidade concreta. A
não-indicação, inviável".
Os senadores Agripino e José
Jorge (PFL-PE), que disputam a
indicação para a vice, seguiram o
tom. "O PFL já decidiu pela aliança, esse risco não existe", disse
Jorge. Segundo Agripino, Maia
agiu em "legítima defesa" diante
do lançamento de Eduardo Paes
(PSDB) ao governo do Rio.
O principal motivo da crise entre as duas siglas é a resistência de
tucanos em apoiar algumas candidaturas do PFL. "Prefiro cicuta
a fechar uma aliança com os Sarney", disse o presidente do PSDB
do Maranhão, Sebastião Madeira.
Pressionado a desistir da candidatura ao governo do Amazonas
em favor do PFL, o líder do PSDB
no Senado, Arthur Virgílio, foi
mais duro: "Não se pode pedir
rendição para pessoas que têm
tradição de combate entre si. Isso
seria suicídio". O ex-governador
de Goiás Marconi Perillo descartou a possibilidade de apoiar o
candidato do PFL, Demóstenes
Torres, a sua sucessão.
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