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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
De leve
Durante jantar com a bancada do PT, anteontem,
Lula fez questão de mencionar o "ineditismo" do projeto de lei complementar número um do PAC, que
corrige gastos com a folha dos servidores federais pela
inflação mais 1,5%. O gesto do presidente se deve à resistência a esse teto entre muitos petistas, aí incluído
o presidente do partido, Ricardo Berzoini.
O projeto para disciplinar os reajustes do funcionalismo coloca governo e centrais sindicais em campos
opostos. Sem querer azedar o clima do jantar, realizado na casa do presidente da Câmara, Lula contemporizou: "Se não acham suficiente, deixem tudo como
está agora". Mas a equipe econômica não quer nem
ouvir falar nessa possibilidade.
Mágica. De Jilmar Tatto
(SP), pós-jantar: "O Lula reúne os deputados, dá pito, faz a
turma pagar a comida e ainda
assim sai todo mundo feliz".
Primeira classe. Apesar
de cada um dos participantes
ter pago os mesmos R$ 70 para jantar com Lula, o serviço
foi diferenciado. Na mesa onde estavam o presidente e alguns poucos afortunados havia uísque 12 anos. Os demais
tiveram de se contentar com
uma versão oito anos.
Sob pressão 1. Mesmo
diante do transtorno causado
aos usuários, as centrais sindicais consideraram vitoriosa
a paralisação do Metrô de São
Paulo, na segunda-feira. Ontem, em debate no Senado, representantes das entidades
chegaram a acenar com uma
greve geral se o veto à chamada "emenda 3" fosse a voto.
Sob pressão 2. Fechado o
acordo entre governo e lideranças da Câmara e do Senado
sobre uma proposta alternativa ao dispositivo que proíbe o
auditor fiscal de multar empresas com prestadores de
serviços em seus quadros, as
centrais retiraram a ameaça
de nova paralisação.
Variável. O governo vai
aguardar a indicação do membro do PV na CPI do Apagão
Aéreo na Câmara para saber
com quantos votos poderá
contar na comissão. Se o escolhido for Fernando Gabeira
(RJ), os aliados diminuem de
16 para 15, e a oposição aumenta de oito para nove.
Todo animado. Os Estados ainda não convenceram o
governo federal a ampliar seu
limite de endividamento, mas
Aécio Neves, em Washington,
já tenta captar US$ 1 bi no
BID para projetos em Minas.
Cofrinho. Por R$ 45 milhões anuais, o governo de São
Paulo alugará à Petrobras a
usina de gás e óleo de Piratininga, situada na capital.
À francesa. Sem ser notado, o secretário de Gestão,
Sidney Beraldo, deixou a mesa da audiência pública na Assembléia sobre a reforma da
Previdência paulista, ontem,
após uma hora de debates.
Quando se deram conta, os
servidores puxaram vaia.
Pedreira. Entidades de servidores fecharam acordo anti-reforma. A resistência ronda a
base aliada de José Serra.
Prancheta 1. Tarso Genro
e Sérgio Cabral definiram as
linhas gerais da operação das
Forças Armadas no Rio. Os
cem homens da Polícia Rodoviária Federal enviados ontem ao Estado não se envolverão em policiamento nem em perseguição a bandidos.
Prancheta 2. Os militares
atuarão no apoio às polícias.
"Será uma presença ostensiva, que libere as forças locais
para fazer policiamento", diz
o ministro da Justiça. Até junho, segundo ele, podem ser
deslocados mais cem homens.
A proposta seguiu para o aval
final do Ministério da Defesa.
Gol de honra. Dr. Rosinha (PT-PR) decidiu bater
chapa com Rafael Guerra
(PSDB-MG) na eleição para o
comando da Frente Parlamentar de Saúde, presidida há
quatro anos pelo tucano. De
46 votos, obteve apenas um.
Tiroteio
"No primeiro mandato, alguns ministros
não-petistas seguiram mais as políticas do
governo do que os indicados pelo partido".
Do deputado federal CARLITO MERSS (PT-SC) sobre as reclamações de
muitos de seus correligionários diante da perspectiva de o partido perder espaço no segundo mandato de Lula.
Contraponto
Lactentes
Na semana passada, discutia-se na Câmara a inclusão,
em uma medida provisória, de emenda que reduz a exigência de aviso sobre a importância do aleitamento materno nas embalagens de leite. Ao criticar a proposta, Chico Alencar (RJ) foi confrontado por um deputado:
-O que você tem contra os produtores de leite de vaca?
-Nada. Apenas temos certeza de que o leite materno é
muito melhor para os bebês-, respondeu o líder do PSOL.
Ivan Valente (SP), seu colega de bancada, arrematou:
-E não gostamos de imaginar que alguém aqui possa
querer "mamar" com emenda fora de lugar!
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