São Paulo, quinta-feira, 26 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

De leve

Durante jantar com a bancada do PT, anteontem, Lula fez questão de mencionar o "ineditismo" do projeto de lei complementar número um do PAC, que corrige gastos com a folha dos servidores federais pela inflação mais 1,5%. O gesto do presidente se deve à resistência a esse teto entre muitos petistas, aí incluído o presidente do partido, Ricardo Berzoini.
O projeto para disciplinar os reajustes do funcionalismo coloca governo e centrais sindicais em campos opostos. Sem querer azedar o clima do jantar, realizado na casa do presidente da Câmara, Lula contemporizou: "Se não acham suficiente, deixem tudo como está agora". Mas a equipe econômica não quer nem ouvir falar nessa possibilidade.

Mágica. De Jilmar Tatto (SP), pós-jantar: "O Lula reúne os deputados, dá pito, faz a turma pagar a comida e ainda assim sai todo mundo feliz".

Primeira classe. Apesar de cada um dos participantes ter pago os mesmos R$ 70 para jantar com Lula, o serviço foi diferenciado. Na mesa onde estavam o presidente e alguns poucos afortunados havia uísque 12 anos. Os demais tiveram de se contentar com uma versão oito anos.

Sob pressão 1. Mesmo diante do transtorno causado aos usuários, as centrais sindicais consideraram vitoriosa a paralisação do Metrô de São Paulo, na segunda-feira. Ontem, em debate no Senado, representantes das entidades chegaram a acenar com uma greve geral se o veto à chamada "emenda 3" fosse a voto.

Sob pressão 2. Fechado o acordo entre governo e lideranças da Câmara e do Senado sobre uma proposta alternativa ao dispositivo que proíbe o auditor fiscal de multar empresas com prestadores de serviços em seus quadros, as centrais retiraram a ameaça de nova paralisação.

Variável. O governo vai aguardar a indicação do membro do PV na CPI do Apagão Aéreo na Câmara para saber com quantos votos poderá contar na comissão. Se o escolhido for Fernando Gabeira (RJ), os aliados diminuem de 16 para 15, e a oposição aumenta de oito para nove.

Todo animado. Os Estados ainda não convenceram o governo federal a ampliar seu limite de endividamento, mas Aécio Neves, em Washington, já tenta captar US$ 1 bi no BID para projetos em Minas.

Cofrinho. Por R$ 45 milhões anuais, o governo de São Paulo alugará à Petrobras a usina de gás e óleo de Piratininga, situada na capital.

À francesa. Sem ser notado, o secretário de Gestão, Sidney Beraldo, deixou a mesa da audiência pública na Assembléia sobre a reforma da Previdência paulista, ontem, após uma hora de debates. Quando se deram conta, os servidores puxaram vaia.

Pedreira. Entidades de servidores fecharam acordo anti-reforma. A resistência ronda a base aliada de José Serra.

Prancheta 1. Tarso Genro e Sérgio Cabral definiram as linhas gerais da operação das Forças Armadas no Rio. Os cem homens da Polícia Rodoviária Federal enviados ontem ao Estado não se envolverão em policiamento nem em perseguição a bandidos.

Prancheta 2. Os militares atuarão no apoio às polícias. "Será uma presença ostensiva, que libere as forças locais para fazer policiamento", diz o ministro da Justiça. Até junho, segundo ele, podem ser deslocados mais cem homens. A proposta seguiu para o aval final do Ministério da Defesa.

Gol de honra. Dr. Rosinha (PT-PR) decidiu bater chapa com Rafael Guerra (PSDB-MG) na eleição para o comando da Frente Parlamentar de Saúde, presidida há quatro anos pelo tucano. De 46 votos, obteve apenas um.

Tiroteio

"No primeiro mandato, alguns ministros não-petistas seguiram mais as políticas do governo do que os indicados pelo partido". Do deputado federal CARLITO MERSS (PT-SC) sobre as reclamações de muitos de seus correligionários diante da perspectiva de o partido perder espaço no segundo mandato de Lula.

Contraponto

Lactentes

Na semana passada, discutia-se na Câmara a inclusão, em uma medida provisória, de emenda que reduz a exigência de aviso sobre a importância do aleitamento materno nas embalagens de leite. Ao criticar a proposta, Chico Alencar (RJ) foi confrontado por um deputado:
-O que você tem contra os produtores de leite de vaca?
-Nada. Apenas temos certeza de que o leite materno é muito melhor para os bebês-, respondeu o líder do PSOL.
Ivan Valente (SP), seu colega de bancada, arrematou:
-E não gostamos de imaginar que alguém aqui possa querer "mamar" com emenda fora de lugar!


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