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Marina amplia pressão por lei ambiental
Em Washington, pré-candidata do PV é ovacionada em ato pelo Dia da Terra
Senadora discursa em evento e pede mobilização de cidadãos americanos por uma legislação "em favor
da trajetória do planeta"
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Apresentada como "protetora da floresta" e "candidata à
Presidência do Brasil", a senadora Marina Silva (PV) recebeu
aplausos e assobios antes e depois de discursar por menos de
cinco minutos ontem, em Washington, em ato pelas comemorações do Dia da Terra.
Para a senadora, a intenção
principal é movimentar a opinião pública americana para
pressionar pela lei do clima, cuja discussão acaba de ser preterida no Senado dos EUA pelo
debate sobre a reforma migratória. "O povo americano já fez
isso em momentos importantes da história em favor da humanidade. Agora é o momento
de assumir esse compromisso
em favor da história da trajetória do planeta", disse no palco.
Mas, se a plateia de "verdes"
respondeu bem à figura franzina da brasileira, o discurso de
ação ética e parceria entre Brasil e EUA, em parte atrapalhado
por dificuldades de tradução,
teve pouco impacto entre os
presentes -muitos dos quais
estavam mais preocupados em
tirar fotos com uma dupla de
artistas vestidos de "navis" (seres do filme "Avatar") que perambulavam pelas redondezas.
"Se gostei do que ela disse?
Desculpe, não prestei atenção",
disse à Folha uma americana
que aplaudira efusivamente a
fala da pré-candidata.
Nas tendas de apoio aos oradores, a senadora teve atuação
discreta. Sem falar inglês, foi
abordada por poucos -como o
advogado e ambientalista Robert F. Kennedy Jr., filho do senador Robert Kennedy, assassinado em 1968 quando concorria à Presidência dos EUA.
"Todo mundo que lê jornais
sabe quem ela é", disse. "Marina está do lado certo do debate
[ambientalista] no Brasil."
À noite, a senadora jantou
com o diretor americano James Cameron, de "Avatar",
apoiador entusiástico de sua
candidatura. "Definitivamente
faria campanha para ela", afirmou Cameron. "Apoio e endosso qualquer coisa que a ajude.
Não quero entrar na política
brasileira, mas muitas dessas
questões [indígenas, ambientais] são globais."
Antes do encontro, tanto Cameron quanto a pré-candidata
abordaram a situação da lei do
clima nos EUA. Marina, que no
sábado foi recebida por ambientalistas, afirmou estar confiante de que o governo Obama
agirá [ainda que por medida
provisória] se a legislação não
avançar no Senado americano.
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