São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2005

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Procuradoria inicia devassa em estatal

RUBENS VALENTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A lista completa de documentos e informações que os Correios entregaram para o Ministério Público Federal do Distrito Federal indica que os procuradores da República iniciaram uma devassa na empresa.
Os procuradores Bruno Acioli e Adriana Brockes encaminharam os pedidos nos dias 17 e 23 últimos e, segundo os Correios, já receberam as respostas.
Os pedidos confirmam que as investigações estão centradas na Dirad (Diretoria de Administração), foco do escândalo provocado pela divulgação do vídeo em que o ex-chefe de departamento da Dirad Maurício Marinho foi flagrado recebendo propina. Porém também se estendem às outras cinco diretorias dos Correios.
Os procuradores pediram nomes completos, endereços e telefones de todos os diretores de área e dos assessores-executivos das diretorias.
Foram entregues informações sobre todas as licitações realizadas entre 2004 e 2005 nos Correios sob responsabilidade direta ou indireta da Dirad -os Correios não souberam informar com exatidão o número, mas seriam "algumas dezenas".
Os procuradores também receberam nomes completos, endereços e telefones do pregoeiro efetivo e seus suplentes, dos chefes de vários departamentos na estrutura da Dirad, das secretárias da Dirad, dos membros efetivos e suplentes da CPL (Comissão Permanente de Licitação) na central e em todas as regionais, dos membros das comissões especiais de licitação e dos integrantes dos comitês de avaliação das contratações estratégicas.
As informações mais detalhadas são relativas aos três servidores diretamente relacionados ao escândalo -além de Marinho, o ex-diretor de Administração Antônio Osório Batista e o ex-assessor-executivo Fernando Godoy.
Os Correios enviaram aos procuradores, a pedido, nomes e qualificações das secretárias e motoristas e todas as agendas de compromisso e controles das ligações telefônicas dos três servidores entre 2004 e 2005.
Os pedidos do Ministério Público são mais amplos do que os encaminhados até agora pela Polícia Federal -as duas instituições atuam juntas no caso.
A PF pediu os registros impressos e em meio magnético de todas as entradas e saídas de visitantes no edifício-sede dos Correios, em Brasília, de janeiro a 20 de maio de 2005 e os registros de todas as encomendas e correspondências registradas no protocolo da sede da empresa de abril a maio de 2005.


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