São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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PFL não aceita "entrar na garupa" de tucano e "depois ser traído", diz Maia

DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, Cesar Maia, subiu o tom das críticas ao PSDB ontem e afirmou em entrevista que não quer ficar "na garupa", ajudando o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição e depois ser traído, não ganhando a participação efetiva no eventual governo.
"O PFL não aceita mais a composição que fez no governo Fernando Henrique Cardoso, ou seja, entrar na garupa, viabilizar a eleição, ganhar uns dois ministérios, não sei quantas diretorias, um espaçozinho aqui e ser traído", afirmou, defendendo uma "concertación" semelhante à chilena, em que Partido Socialista e a Democracia Cristã governam juntos.
Maia prometeu continuar a criticar. "Procuro colaborar com elas [críticas]. Se o governador Alckmin achar que atrapalha, basta me informar", disse à rádio CBN. Para ele, "será uma decisão do presidente [se Alckmin for eleito] ter o PFL como base parlamentar".
Maia disse que Alckmin não é uma "personalidade internacional" como Fernando Henrique, "que produza um quadro suprapartidário" ao seu redor, e atacou a estratégia da campanha de Alckmin, que tenta convencer o PPS a se aliar ao PSDB já no primeiro turno.
"Essa história de "vamos ultrapassar Lula, nos aproximar" é besteira. A construção do segundo turno é muito mais fácil quanto mais candidatos houver", disse o prefeito.
Em comunicação eletrônica que distribui diariamente, Maia explicou em 12 pontos por que não há razão para temer os resultados da pesquisa Datafolha, segundo a qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria no primeiro turno caso a eleição fosse agora.
À tarde, Maia almoçou na sede da prefeitura com o coordenador do programa de governo de Alckmin, João Carlos Meirelles, e com o ex-presidente do IBGE Sérgio Besserman, hoje presidente do Instituto Pereira Passos. Juntos, analisaram a pesquisa Datafolha.
Para Meirelles, as críticas de Maia são reflexo das disputas políticas estaduais, em momento de decisão. "É acaciano, mas não há nada mais estadual que as eleições nacionais. Todos os políticos vivem essas circunstâncias regionais", afirmou ele. O prefeito concordou em parte, mas fugiu do foco. "Concordo em parte sim. No caso, em função do Ceará."
Meirelles disse que veio ao Rio ouvir as análises de Cesar Maia na área de pesquisas e estatística, em que ele "é craque".


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