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PFL não aceita "entrar na garupa" de tucano e "depois ser traído", diz Maia
DA SUCURSAL DO RIO
O prefeito do Rio, Cesar
Maia, subiu o tom das críticas
ao PSDB ontem e afirmou em
entrevista que não quer ficar
"na garupa", ajudando o candidato Geraldo Alckmin (PSDB)
na eleição e depois ser traído,
não ganhando a participação
efetiva no eventual governo.
"O PFL não aceita mais a
composição que fez no governo
Fernando Henrique Cardoso,
ou seja, entrar na garupa, viabilizar a eleição, ganhar uns dois
ministérios, não sei quantas diretorias, um espaçozinho aqui e
ser traído", afirmou, defendendo uma "concertación" semelhante à chilena, em que Partido Socialista e a Democracia
Cristã governam juntos.
Maia prometeu continuar a
criticar. "Procuro colaborar
com elas [críticas]. Se o governador Alckmin achar que atrapalha, basta me informar", disse à rádio CBN. Para ele, "será
uma decisão do presidente [se
Alckmin for eleito] ter o PFL
como base parlamentar".
Maia disse que Alckmin não é
uma "personalidade internacional" como Fernando Henrique, "que produza um quadro
suprapartidário" ao seu redor, e
atacou a estratégia da campanha de Alckmin, que tenta convencer o PPS a se aliar ao PSDB
já no primeiro turno.
"Essa história de "vamos ultrapassar Lula, nos aproximar"
é besteira. A construção do segundo turno é muito mais fácil
quanto mais candidatos houver", disse o prefeito.
Em comunicação eletrônica
que distribui diariamente,
Maia explicou em 12 pontos
por que não há razão para temer os resultados da pesquisa
Datafolha, segundo a qual o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva venceria no primeiro turno caso a eleição fosse agora.
À tarde, Maia almoçou na sede da prefeitura com o coordenador do programa de governo
de Alckmin, João Carlos Meirelles, e com o ex-presidente do
IBGE Sérgio Besserman, hoje
presidente do Instituto Pereira
Passos. Juntos, analisaram a
pesquisa Datafolha.
Para Meirelles, as críticas de
Maia são reflexo das disputas
políticas estaduais, em momento de decisão. "É acaciano,
mas não há nada mais estadual
que as eleições nacionais. Todos os políticos vivem essas circunstâncias regionais", afirmou ele. O prefeito concordou
em parte, mas fugiu do foco.
"Concordo em parte sim. No
caso, em função do Ceará."
Meirelles disse que veio ao
Rio ouvir as análises de Cesar
Maia na área de pesquisas e estatística, em que ele "é craque".
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