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Aliança PSDB-DEM deve se repetir em apenas 4 capitais
Na eleição de 2004, tucanos e democratas estiveram juntos em dez capitais; cúpulas dos partidos têm dado aval para o distanciamento
Presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia diz que os problemas atuais podem comprometer o futuro da aliança: "É preciso ter cautela"
MARIA CLARA CABRAL
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Desgastada, a aliança entre
os principais partidos de oposição ao governo Lula tende a enfraquecer ainda mais na próxima eleição municipal. O PSDB
e o DEM calculam estar coligados em apenas quatro capitais
do país. É menos da metade do
que ocorreu em 2004, quando
"demos" e tucanos estiveram
juntos em dez capitais.
Os exemplos mais emblemáticos estão em São Paulo e no
Rio, cidades que detêm, respectivamente, em primeiro e segundo lugar, a maior quantidade de eleitores por município.
Há quatro anos PSDB e DEM
estiveram juntos nessas duas
capitais. Em São Paulo, o tucano José Serra foi candidato a
prefeito com Gilberto Kassab
(DEM) na vaga de vice. No Rio,
Cesar Maia (DEM) concorreu à
reeleição e colocou o tucano
Otavio Leite como seu vice.
Em grande parte, o distanciamento tem contado com o aval
das cúpulas dos partidos. O
presidente do PSDB, senador
Sérgio Guerra (PE), foi quem
anunciou que Geraldo Alckmin
será candidato a prefeito em
São Paulo apesar dos esforços
de Serra para fazer o partido
apoiar a reeleição de Kassab.
No Rio, os tucanos estimularam a candidatura do deputado
Fernando Gabeira (PV), o que
irritou o presidente do DEM,
deputado Rodrigo Maia (RJ).
Ele queria que os tucanos
apoiassem Solange Amaral
(RJ), lançada por Cesar Maia.
Terceiro e quarto municípios
com maior eleitorado, Belo Horizonte e Salvador também estão na lista das capitais em que
tucanos e "demos" vão estar em
lados opostos. Porém, diferentemente de São Paulo e Rio, o
fato é só mais uma repetição do
que ocorreu há quatro anos.
No entanto, o processo de
formação das chapas está mais
danoso para o futuro da relação
dos partidos. Na capital baiana,
Serra fez uma operação que
atrapalhou os planos do deputado ACM Neto, candidato a
prefeito pelo DEM. O governador estimulou a aproximação
de Antonio Imbassahy (PSDB)
e Raimundo Varela (PRB), com
quem há meses ACM Neto tentava fechar um acordo. Radialista ligado à Igreja Universal e
à Rede Record, Varela aparece
bem nas pesquisas, mas não
conta com estrutura partidária.
Na semana passada, no entanto, o PRB vetou a aliança com o
tucano, e Imbassahy anunciou
acordo com o PPS.
O deputado baiano reconhece que as questões regionais
poderão contaminar a aliança
nacional dentre o DEM e o
PSDB. "Se as lideranças deixarem correr solto, a fratura e as
conseqüências dessas disputas
serão inevitáveis", disse.
Oficialmente, as cúpulas do
DEM e do PSDB tentam amenizar o racha. Nos bastidores,
porém, os ataques são mútuos.
Um dirigente tucano chegou a
dizer que gostaria que o PPS
fosse um partido mais forte para poder substituir o DEM como parceiro. Entre os "demos",
há reclamação de que o PSDB
não tem se esforçado para promover alianças neste ano. A
única exceção é a capital paulista, onde Serra trabalha para fazer o PSDB apoiar Kassab.
Rodrigo Maia admite que os
problemas atuais podem comprometer o futuro da aliança:
"É preciso ter cautela para que
esses movimentos não representem um distanciamento".
Secretário-geral do PSDB, o
deputado Rodrigo de Castro
(MG) minimiza. "Mantemos a
perspectiva de em 2010 caminharmos juntos. Uma coisa [a
distância nas principais capitais nas eleições] não exclui as
outra [aliança em 2010]", disse.
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