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Debate confrontará peritos do caso PC
da Agência Folha, em Maceió
Os peritos que assinaram os dois
laudos contraditórios sobre a morte de Paulo César Farias e de sua
namorada Suzana Marcolino vão
debater os resultados de seus trabalhos possivelmente na próxima
semana, em Maceió.
O encontro, requisitado pelo Ministério Público do Estado, vai colocar frente a frente os legistas Fortunato Badan Palhares, da Unicamp (Universidade de Campinas), e Daniel Munhoz, da USP
(Universidade de São Paulo).
O confronto entre os peritos é
considerado peça-chave no inquérito que apura as mortes do ex-tesoureiro de Fernando Collor e Suzana, ocorridas há quase três anos.
Palhares diz que a namorada do
empresário tinha 1,67 m e que cometeu suicídio após matar PC.
Munhoz, em seu contralaudo, afirma que ela media 1,57 m, o que fortalece a tese de duplo homicídio.
A altura de Suzana é fundamental para o esclarecimento do caso,
conforme admitiu Palhares em artigo publicado na Folha. Com 1,57
m, a bala, como foi disparada, atingiria o rosto da namorada de PC ou
passaria sobre seu ombro.
O chefe do Departamento de Medicina Legal da Unicamp e desafeto de Palhares, Ricardo Molina de
Figueiredo, também poderá ser
convocado para o debate.
Figueiredo participou do primeiro laudo, analisando uma fita com
conversas telefônicas entre Suzana
e seu dentista. Anteontem, ele divulgou um novo estudo, concluindo que Suzana tinha 1,57 m.
O delegado Antonio Carlos Lessa, responsável pelas investigações, e o promotor Luiz Vasconcelos dizem não ter dúvidas de que a
namorada de PC tinha 1,57 m, mas
consideram ""importante" o debate para esclarecer o caso.
""Não tenho dúvidas sobre a altura, mas quero saber, realmente, o
que muda com isso e onde muda",
disse o promotor.
Ontem, o secretário da Justiça de
Alagoas, Rubens Quintela, depôs
aos delegados responsáveis pelas
novas investigações. Quintela era
suspeito de coagir o decorador e
pai-de-santo Gilson Silva, mas, segundo o delegado Lessa, o depoimento ""dissipou" essa suspeita.
""Não houve coação", afirmou.
As suspeitas foram levantadas no
depoimento do decorador, que diz
ter estado com PC na casa de praia
na véspera das mortes.
Dias antes do primeiro depoimento de Silva no inquérito, Quintela foi à casa do decorador e o advertiu sobre os cuidados que deveria ter com sua segurança.
Quintela, segundo o delegado,
confirmou que esteve na casa de
Silva, mas a pedido de uma amiga.
Os delegados devem ouvir nesta
semana o ex-secretário da Segurança de Alagoas coronel reformado José Amaral, que está viajando.
Segundo Lessa, ele foi um dos primeiros a chegar à cena do crime.
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