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SALÁRIO PETISTA
Ex-presidente diz que sempre deixava "margem" para negociar com o Congresso, mas não quis entrar em detalhes
Lula não negociou o mínimo, afirma FHC
DA FOLHA ONLINE
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002)
disse nesta sexta-feira que faltou
ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva uma negociação maior no
Congresso na votação do salário
mínimo e a criação de uma "margem" para discutir a proposta na
Câmara e no Senado.
"Eu sempre negociava no Congresso. Lula insistiu nos R$ 260 o
tempo todo. Eu sempre deixei
uma margem para negociar com
o Congresso. Eu não abria negociação dentro do governo, mandava para o Congresso e sempre
deixava uma certa margem de negociação", avaliou.
No seu governo, porém, o ex-presidente sempre conseguiu fazer valer o mínimo que sua equipe
econômica julgava viável. Em
2000, por exemplo, a equipe econômica venceu até a resistência
do PFL, aliado do governo, que
defendia a elevação para R$ 180
(ficou em R$ 151).
No ano anterior, o governo chegou a manobrar para que dois deputados que votariam a favor de
um mínimo de R$ 180 cedessem o
lugar aos seus suplentes na Comissão de Trabalho da Câmara,
que rejeitou a proposta (naquele
ano, o valor foi para R$ 136).
Apesar da crítica de ontem,
FHC afirmou "não querer entrar
em detalhes por saber que as coisas são delicadas". Ele disse que,
"propositadamente", não participou das discussões sobre o mínimo no PSDB.
Segundo o ex-presidente, os
próprios senadores encontraram,
no Orçamento, uma alternativa
viável aos R$ 260 determinados
por Lula em medida provisória.
"Foram eles [os senadores] que
chegaram à conclusão de que tinham de onde tirar os R$ 15 a
mais. Como o governo disse "não
tenho mais do que isso", o problema é fiscal, de onde é que tira? Eu
não sei se tinha ou não tem. Eu
não participei dessa discussão de
propósito", afirmou.
Ontem, em Nova York, Lula
disse que o salário mínimo não
pode ser usado "para fazer discurso em época de campanha eleitoral". O presidente voltou a dizer
que é "o primeiro brasileiro a querer dar um mínimo maior".
Fernando Henrique falou a jornalistas na sede do instituto que
leva o seu nome no Vale do
Anhangabaú (região central de
São Paulo), depois de uma visita à
Bolsa de Mercadorias e Futuros.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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