São Paulo, sábado, 26 de junho de 2004

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BRIGA INTERNA

Ciro critica Freire e alinhamento do PPS com oposição

DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, disse ontem que o presidente nacional de seu partido, o PPS, deputado Roberto Freire (PE), está se alinhando aos partidos de oposição quando se opõe ao governo Lula. O ministro citou a posição contrária de Freire ao salário mínimo de R$ 260, defendido pelo governo.
Para Ciro, seria uma irresponsabilidade do PPS, que tem um discurso de esquerda, somar-se ao PFL e ao PSDB. O ministro afirmou que Freire, como presidente da legenda, deveria mediar as divergências internas e deixar de tomar posição dentro do PPS.
"Falo para ponderar pela unidade, senão esse partido vai explodir", disse Ciro.
"Como podemos, agora que decidimos ajudar um governo de esquerda, entrar na linha do PFL?", questionou Ciro, após ter realizado uma palestra na ESG (Escola Superior de Guerra), no Rio de Janeiro, ontem.
Durante a votação do salário mínimo, na última quarta-feira, o presidente do PPS e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), trocaram insultos.
Embora a liderança do PPS tenha orientado o voto a favor do governo, Freire defendeu os R$ 275 aprovados pelo Senado. Dos 22 deputados do partido, 11 votaram com o governo.

Divisão
O PPS está dividido -uma parte defende o rompimento com o governo Lula enquanto a outra quer a permanência na base aliada federal.
Para Ciro, as divergências são inerentes ao momento atual, mas "não se pode abordar tais dificuldades com arrogância, prepotência, muito menos com agressão física, palavrão e desacato a companheiros", disse ele, numa referência a Roberto Freire.
Apesar das críticas, Ciro afirmou que o presidente do seu partido deve se manter no comando do PPS e reafirmou sua intenção de permanecer na legenda.
"O Roberto pensa que estou falando isso para ofendê-lo, mas o PPS não é mais o partido que ele se acostumou a ter. O PPS é um partido complexo, difícil e heterogêneo", disse o ministro.
(ANA PAULA GRABOIS)


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