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OUTRO LADO
Assessoria culpa PF e não comenta
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
A assessoria do empresário
Marcos Valério Fernandes de
Souza informou à Folha que não
poderia comentar os dados sobre
sua evolução patrimonial por estar impossibilitada devido à ação
da Polícia Federal no escritório de
contabilidade que presta serviços
ao publicitário.
Na quinta-feira passada, a Polícia Federal cumpriu mandado de
busca e apreensão no escritório
de contabilidade Prata e Castro
Consultores Associados Ltda., de
onde levou documentos fiscais da
agência SMPB Comunicação, da
qual Marcos Valério é sócio.
A equipe da Polícia Federal saiu
do escritório de contabilidade, em
Belo Horizonte, com quatro grandes caixas cheias de documentos
fiscais e 20 discos rígidos de computadores.
Ocultação de provas
Segundo a assessoria da Justiça,
a Polícia Federal requisitou o
mandado na última quarta-feira
com o argumento de que poderia
estar ocorrendo tentativa de ocultação de provas. O pedido feito
abrangia também a sede da SMPB
Comunicação e a casa de Valério.
Após consultar a Procuradoria,
o juiz Jorge Gustavo Serra de Macedo, da 4ª Vara da Justiça Federal
em Belo Horizonte, só autorizou a
busca no escritório de contabilidade.
Após as buscas, o delegado encarregado da ação, Cláudio Ribeiro Santana, disse apenas que se
tratava de apreensão de documentos fiscais de Marcos Valério
e da SMPB e que as investigações
estão correndo sob sigilo.
Copasa e Comig
Na semana passada, quando a
Folha noticiou a ação do Ministério Público Federal por ato de improbidade administrativa contra
o senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), ele disse à reportagem que houve "um erro primário" por parte da Procuradoria no
caso, que teria confundido patrocínio com publicidade. Azeredo,
ex-governador de Minas Gerais,
afirmou que a contratação da
SMPB pelas estatais Copasa e Comig foi absolutamente legal.
"Foram duas estatais que compraram cotas de patrocínio de três
eventos esportivos. Isso foi tudo
feito corretamente pelas empresas. Foi tudo feito pela SMPB porque era a empresa responsável pelo evento já por muitos anos, mesmo antes de meu governo", afirmou o tucano.
O evento a que ele se referiu é a
competição de motocicletas Enduro da Independência. Pelo patrocínio no enduro, a Comig e Copasa pagaram à SMPB R$ 3 milhões.
Segundo Azeredo, a SMPB já
era responsável pela promoção da
corrida mesmo antes da entrada
na agência do empresário Marcos
Valério Fernandes de Souza.
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