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Juízes terão
acesso on-line a dados da Receita
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A presidente do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça), ministra Ellen Gracie
Northfleet, e o secretário da
Receita Federal, Jorge Rachid, assinam hoje convênio
que permitirá aos juízes do
país acesso on-line à base de
dados do fisco, para obter informações sobre cidadãos e
empresas, como declaração
de renda e de bens, endereço
e nome de sócios.
Para usufruir da facilidade
de consulta, bastará que os
tribunais informem ao CNJ
a adesão. O objetivo é tornar
o processo judicial mais ágil,
mas a medida é polêmica,
porque pode gerar abusos na
quebra do sigilo fiscal.
Dois ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal)
ouvidos pela Folha disseram
que há risco de banalização
do sigilo fiscal, previsto na
Constituição para proteger
as pessoas de eventuais devassas ilegais. Para eles, a facilidade de acesso tem de vir
acompanhada de mecanismos de controle.
"A regra é a privacidade, a
quebra do sigilo é exceção
[...] Não vejo com bons olhos
essa transformação da exceção em regra. A banalização
é sempre perniciosa", disse
Marco Aurélio de Mello. Ele
afirmou desconhecer o texto
do convênio e esclareceu que
falava em tese.
A ministra Ellen Gracie,
que também é presidente do
STF, descartou o risco de
abusos, dizendo que o sistema eletrônico é mais seguro
do que o ofício em papel. "A
diferença é que agora, ao invés de ser feita em papel e assinada por ele [juiz], a requisição circulará por via eletrônica com assinatura eletrônica e a resposta da Fazenda
só será acessível ao juiz, mediante aposição de sua senha
de acesso. Há maior manutenção do sigilo do que no
modelo atual."
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