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Relator sobe custo do financiamento público de campanha em seu parecer
Além dos R$ 7 por eleitor, Caiado acrescentou mais R$ 2 para os casos de 2º turno
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da proposta de reforma política na Câmara dos
Deputados, Ronaldo Caiado
(DEM-GO), aumentou o custo
do financiamento público eleitoral em seu parecer final que
será apresentado hoje. Além
dos R$ 7 por eleitor para constituir o fundo a ser dividido entre
os partidos, que já constava do
projeto, ele acrescentou mais
R$ 2 para os casos de segundo
turno em eleições para presidente, governador e prefeito.
Com base nos dados de hoje,
de 126 milhões de eleitores, o
custo para o primeiro turno seria de R$ 880 milhões. Esse valor poderia sofrer um acréscimo de até R$ 252 milhões, no
caso, por exemplo, de segundo
turno para presidente, totalizando R$ 1,13 bilhão.
Na hipótese de o segundo
turno ocorrer apenas em alguns Estados ou cidades, o
acréscimo seria menor, referente exclusivamente ao número de eleitores atingidos pela nova eleição.
Em qualquer hipótese, o fundo para o financiamento público seria menor do que o custo
total das campanhas de todos
os candidatos na eleição de
2006, que foi de ao menos
R$ 1,3 bilhão -segundo o TSE,
o número exato não pode ser
precisado em razão de sobreposição na prestação de contas de
candidatos e comitês.
A Câmara espera encerrar a
novela da reforma política
amanhã. Há duas propostas
competindo: a de Caiado é a
"oficial", por ter cumprido todo
o rito de tramitação na Casa,
nos últimos quatro anos.
Na semana passada foi apresentada uma "alternativa", assinada por PT, PMDB, DEM,
PPS, PSB e PC do B. A novidade
dessa proposta é trocar a lista
"fechada", defendida por Caiado, por um modelo misto. O
modelo "fechado" prevê o voto
somente em partidos políticos
em eleições proporcionais, enquanto a modalidade alternativa dá a possibilidade ao eleitor
de também votar em candidatos individualmente.
Outra diferença entre as duas
versões é que o texto apresentado pelos partidos excluiu o
valor do fundo para o financiamento público de campanhas,
com base na justificativa de que
isso poderia ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, ao criar
uma despesa permanente sem
contrapartida de receita. O valor seria definido pelo Executivo e pelo Congresso no anterior
a cada eleição.
Caiado, por sua vez, diz que
fixou o valor do financiamento
público por uma questão de
"transparência".
"É preciso dar parâmetros
claros para que a sociedade entenda o que está sendo proposto", declarou o relator.
O relator diz que analisou
346 emendas ao seu projeto de
reforma política, e que acatou
64 -a maioria pedindo pequenos ajustes de redação.
Outra mudança aceita por ele
foi a criação de regras rígidas
para impedir que prefeitos troquem de domicílio eleitoral a
fim de se eleger por cidades vizinhas.
(FZ)
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