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Emendas citam até cotas para
índios e negros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A discussão sobre se as
eleições continuarão sendo
pelo voto direto ou por listas
partidárias não é a única polêmica da reforma. Os parlamentares apresentaram 346
emendas ao texto original
que vão desde a definição de
cotas para índios e negros até
a permissão para se concorrer a duas eleições ao mesmo
tempo, numa demonstração
de que interesses paroquiais
devem dominar o debate.
São poucas as propostas
para impedir o caixa dois, reduzir o custo de campanha e
moralizar o sistema eleitoral.
Os deputados Fernando
Coruja (SC) e Moreira Mendes (RO), do PPS, apresentaram emendas permitindo ao
candidato concorrer em
duas eleições -a pessoa poderia disputar para deputado
federal e estadual, por exemplo. A justificativa, diz Coruja: "Se não ganhar em uma, a
pessoa pode ganhar em outra." Mendes tratou de esclarecer: "Se for eleito nas duas
eleições, o candidato tem dez
dias para escolher com qual
mandato vai ficar".
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) apresentou três emendas, duas delas curiosas: uma
limita a edição de medidas
provisórias pelo governo a
duas por mês; a outra institui
o orçamento impositivo. Ele
não explicou o que isso tem a
ver com a reforma política.
Maria do Rosário (PT-RS)
propôs proibir os candidatos
de se registrarem com apelidos que "atentem contra o
pudor, sejam ridículos ou irreverentes".
O maior número de emendas, no entanto, visa interferir na composição das listas
que substituiriam o voto direto. Carlos Santana (PT-RJ)
quer cota para índios e negros, caso a lista vingue.
O relator da reforma, Ronaldo Caiado (DEM-GO),
não definiu quais emendas
irá acatar, mas adiantou que
pouco deve ser aproveitado.
(ANDREZA MATAIS)
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