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Família Sarney emprega mais nove aliados
Entre os beneficiados está Chiquinho Escórcio, "faz-tudo" do clã em Brasília, cujas filha e mulher também têm cargos no Senado
Responsável pelo blog de Sarney, Said Dib está lotado na Direção Geral, segundo ele, por decisão de Agaciel Maia, do grupo do senador
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A teia de nomeações políticas
nos gabinetes do grupo liderado pelo senador José Sarney
(PMDB-AP) mostra pelo menos nove novos casos de aparelhamento envolvendo o clã. Os
dados estão disponíveis desde
anteontem na página do Senado na internet.
Principal "faz-tudo" da família em Brasília, o ex-deputado
Chiquinho Escórcio foi recompensado com empregos para
sua mulher, Alba Leide Nunes
Lima, e sua filha, Juliana.
Alba trabalha desde março de
2008 no gabinete pessoal de
Sarney. Juliana acaba de ganhar uma nomeação no gabinete do senador Mauro Fecury
(PMDB-MA), que assumiu a
vaga deixada por Roseana Sarney (PMDB), que assumiu o governo do Maranhão.
Escórcio também está de
emprego novo. Foi nomeado
por Roseana representante do
governo em Brasília, cargo com
status de secretário estadual.
Há dois anos, ele foi acusado
de espionar os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e
Marconi Perillo (PSDB-GO)
por orientação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de
quem era assessor especial. Escórcio negou a denúncia.
Usando um mecanismo regimental polêmico, Sarney encaixou na estrutura da Direção
Geral seu assessor de imprensa
para o Amapá, Said Dib. Sem
vagas disponíveis em seu gabinete, ele pediu ajuda ao então
diretor-geral Agaciel Maia, segundo Dib. "O presidente Sarney pediu para o Agaciel encontrar uma solução para me manter como assessor, e a solução
foi uma lotação na Direção Geral", afirmou o assessor, que
cuida do blog de Sarney.
Na Direção Geral, ninguém
conhece Dib. O regimento interno do Senado é omisso
quanto a assessores lotados em
um lugar que trabalham em outro. Segundo a assessoria da
Casa, casos assim "podem" ser
autorizados, mas não houve
resposta sobre esse exemplo.
Em seu gabinete, Sarney deu
emprego ainda para três antigos aliados políticos: seu suplente Jorge Nova da Costa
(conforme revelou ontem a coluna "Painel"), o ex-presidente
do PMDB do Amapá Raimundo
Azevedo Costa e o ex-secretário estadual no Maranhão Wilson Ramos Neiva.
Uma outra ex-secretária do
governo do Maranhão, Marilia
Lameiras, trabalha como assessora no gabinete de Fecury.
Fecury, além de dar emprego
para a filha de Escórcio, também abriga mais um membro
da nova geração do clã. Trata-se
de Luiz Carlos Bello Parga Júnior, que é filho do ex-senador
maranhense Bello Parga, já
morto -o mesmo que ocupou o
apartamento funcional destinado a Sarney em Brasília.
No gabinete de Edison Lobão
Filho (PMDB-MA), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, está lotado desde
junho de 2004 o servidor Antônio Leonardo Gomes Neto.
Gomes Neto é executivo do
Sistema Difusora de Comunicação, de propriedade da família Lobão. Segundo a assessoria
do senador, ele se afastou das
empresas em 2008. Mas, na sede do grupo, em São Luís, a informação é que Gomes Neto
ainda é superintendente, com
direito a uma sala.
Desde que começou a onda
de escândalos do Senado, diversos casos de nomeações políticas do grupo de Sarney vieram à tona. Entre eles, as de um
neto e duas sobrinhas do presidente da Casa.
Também foi revelado que a
filha do ex-ministro de Minas e
Energia Silas Rondeau, Nathalie Rondeau, foi nomeada em
2005 para um cargo no conselho editorial do Senado.
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