São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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PAINEL

Condição necessária

FHC ainda precisa acertar um detalhe da mudança ministerial que gostaria de fazer durante o recesso do Congresso, que começa na quinta: conversar com ACM. A extensão e a conveniência da mudança serão decididas junto com o cacique baiano.

Não era bem assim

O PMDB mudou de discurso em relação a Calheiros (Justiça), que alardeou que pediria demissão durante a crise na PF. Agora, diz que o ministro se fortaleceu com a demissão do delegado Campelo e que quer ficar.

Subindo o preço

A mudança de discurso de Renan Calheiros (Justiça) e do PMDB tem explicação: o partido percebeu que FHC quer o posto do ministro, onde deseja colocar alguém que faça o meio-de-campo com o Judiciário. E quer valorizar a sua eventual saída.

Retaliação federal

Ao saber que Newton Cardoso andou falando mal dele nesta semana, FHC determinou ontem que Eliseu Padilha (Transportes) demitisse da chefia do DNER em Minas Flávio Menicucci, afilhado político do vice mineiro.

Trupe presidencial

FHC foi acompanhado por 97 pessoas na viagem de sete dias a Portugal, Alemanha e Inglaterra em meados de abril. Desses, 55 eram militares. A turma recebeu US$ 166 mil em diárias (R$ 280 mil pelo câmbio da época).

Tom verde-oliva

Do deputado Valdemar Costa Neto, líder do PL, autor do requerimento de informações sobre a viagem de FHC à Europa em abril, sobre o presidente ter levado 55 militares: ""Isso não foi uma visita, foi uma invasão".

Lição compreendida

Em seu site da Internet, o Itamaraty não menciona como um dos objetivos da cimeira do Rio as negociações comerciais entre o Mercosul e a União Européia. Por uma questão de prudência.

Ciúme vermelho

O PC do B paulistano está em pé de guerra com o vereador José Eduardo Martins Cardozo, presidente da extinta CPI municipal da propina. Razão: ao falar da oposição a Celso Pitta, o petista nunca cita os comunistas.

Levantamento oficial

Segundo a OAB-SP, no ano passado, seu Tribunal de Ética julgou 640 processos disciplinares. Houve 42 suspensões, 24 censuras, 17 advertências e só 2 exclusões. Os outros 555 advogados foram absolvidos.

Bate que eu gosto

Em tempos bicudos de reforma ministerial, Pimenta da Veiga (Comunicações) surpreende ao se dizer preparado para levar pancadas. Inaugurou -diz um peemedebista- o "estilo Tiazinha de sobrevivência política".

Hora da saudade

Na biografia de FHC, entregue aos jornalistas franceses que acompanham o presidente Chirac à cimeira do Rio de Janeiro, o PSDB ainda é qualificado de "partido de centro-esquerda".

Presente suspeito

Marta Suplicy (PT-SP) ficou apreensiva quando a rádio Musical FM, onde tem programa, foi vendida para a Igreja Universal do bispo Edir Macedo. Temia perder o espaço. Nada disso. Ela ficou e ainda ganhou mais alguns preciosos minutos.

Parceria de última hora

Só não foi para o brejo a formação profissional dos desempregados que participarão das frentes de trabalho da prefeitura paulistana porque, de última hora, entrou no jogo a iniciativa privada: Senai, Basf e Telefonica.

Não o deixam só

Depois de em 96 disputar a Prefeitura de SP com a promessa de aerotrens, Levy Fidelix (PRTB) anuncia como possível candidato de seu partido, à sucessão de Pitta, ninguém menos que Fernando Collor de Mello.

Visita à Folha

Everardo Maciel, secretário da Receita Federal, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do superintendente regional da Receita Federal em São Paulo, Flávio Del Comuni.

TIROTEIO

De Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf, sobre o deputado Emerson Kapaz (PSDB-SP) ter dito que o pepebista é ""quem entende de raposas e de frangos":
- Kapaz tem inveja doentia de Maluf. Na última pesquisa Datafolha sobre intenção de votos para prefeito de São Paulo, Maluf teve 21%, e o tucano, zero.

CONTRAPONTO

Alô, mamãe!
Deputado federal de primeiro mandato, Fernando Marroni (PT-RS) assumiu pela primeira vez, ontem, a presidência da Mesa de uma sessão da Câmara dos Deputados.
Ele subiu à mesa por convite do pernambucano Severino Cavalcanti (PPB), segundo vice-presidente da Casa, que estava deixando o plenário.
Antes de assumir o posto, Marroni pediu licença para fazer uma ligação telefônica.
Depois, comandou sem problemas a sessão, esvaziada como é comum às sextas-feiras.
No encerramento, virou-se para a câmera da TV da Câmara e deu uma piscada com certa teatralidade.
Os técnicos da emissora se entreolharam sem entender o inusitado gesto do deputado.
A explicação: Marroni havia telefonado para a sua mulher, Miriam, vereadora em Pelotas (RS), pedido que ela assistisse à TV Câmara e lhe prometido uma surpresa no final.


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